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Energia Solar

Sem acesso a energia eólica, pequenas empresas apostam na geração solar

Regra no país limita acesso a fábricas e grandes empresas, mas uso do sol como fonte se popularizou nos últimos três anos

Sem acesso a energia eólica, pequenas empresas apostam na geração solar

A energia eólica só pode ser comprada no Brasil diretamente por fábricas e grandes empresas habilitadas para o mercado livre, com consumo mínimo de 1.000 kW, o que equivale à demanda de uma indústria de médio porte ou de um shopping. A exemplo de outros países, a perspectiva é que esse piso diminua, e o segmento alcance médios e pequenos estabelecimentos.

O salto pode ser dos atuais 10 mil clientes livres para 200 mil nos próximos dois anos. Em 2027, a abertura pode alcançar os consumidores residenciais, atualmente obrigados a ficar no chamado mercado cativo, atendido por distribuidoras de energia locais.

Já a solar é mais democrática. Gustavo Müller Martins, presidente da Renovigi Energia Solar, uma das maiores fabricantes de sistemas fotovoltaicos do país, diz que o uso do sol como fonte de energia se popularizou bastante nos últimos três anos, em especial entre empresas de médio e pequeno porte e pessoas físicas:

— Eles entendem como investimento para pagar menos.

Em Natal, o restaurante Rapa Tacho exibe um cartaz informando que gera a própria energia. A proprietária Marcia Matos conta que as placas fotovoltaicas estão na fazenda do pai, no interior do Rio Grande do Norte, mas a energia produzida não vai diretamente para seu estabelecimento:

 
— A gente produz energia (na fazenda), vende para a distribuidora e ela desconta na nossa conta (do restaurante), que vem bem baixa.

Segundo ela, na região é cada vez mais comum vizinhos aderirem a esse sistema de geração distribuída. Suas placas foram adquiridas há dois anos por meio de um empréstimo.

— Já está compensando. Logo depois que a gente instalou, começaram estes aumentos da luz (por causa da crise hídrica). Se eu não tivesse a energia solar, estaria pagando mais. Vale a pena — diz Marcia.

Para o diretor de Comercialização da Engie no Brasil, Gabriel Mann, em pouco tempo a escolha do tipo de energia será para todos os consumidores ao alcance de um aplicativo:

— Temos nos preparado para a abertura desse mercado. Primeiro foco é negócios menores, médios. Depois, em 2027, pessoas físicas.

Roberta Bonomi, responsável pela Enel Green Power no Brasil, também aposta na popularização do mercado livre:
— Nos países onde há liberação, a transição energética vai até o último cliente. A liberdade de escolha é importante.