A busca por sistemas de produção animal eficientes e sustentáveis tem levado a mudanças significativas no manejo da nutrição mineral. Além de considerar a saúde dos animais, a indústria se esforça para desenvolver práticas que sejam ambientalmente favoráveis.
Nos últimos anos, uma abordagem adotada pela União Europeia tem sido a redução do conteúdo de fósforo nas rações de suínos, com a finalidade de diminuir os custos e o impacto ambiental. A inclusão de fitase nas rações, a redução de cálcio nas formulações e a preocupação com a questão ambiental têm impulsionado essas mudanças.
O professor Dalton Fontes, especialista em suinocultura e nutrição de suínos da Universidade Federal de Minas Gerais, destaca o papel central da fitase e suas compensações com relação ao fósforo na alimentação. “A suplementação de enzimas exógenas, como a fitase, proporciona uma alternativa eficiente para otimizar a utilização do fósforo e outros nutrientes.
A fitase atua hidrolisando o fósforo fítico presente na dieta, tornando-o disponível para absorção. Além de reduzir a necessidade de suplementação com fósforo inorgânico, a fitase contribui para a redução da excreção de nutrientes, resultando em índices mais baixos de poluição ambiental”, explica.
Dentre os resultados relevantes dessas pesquisas, destaca-se a variação significativa no potencial de liberação de fósforo entre as diferentes fitases disponíveis no mercado. “Além disso, os efeitos da fitase microbiana exógena seguem uma curva de rendimentos decrescente, com a maioria dos benefícios sendo alcançados dentro da dose necessária para destruir de 30 a 40% do fitato dietético. Desse modo, pesquisas preliminares têm investigado doses de 1000 a 2500 FTU/kg de ração e apresentado resultados promissores até o momento”, diz Fontes que reforça a importância da continuidade das pesquisas.
A utilização de altas doses de fitase na nutrição de suínos tem despertado interesse como uma estratégia para se melhorar a eficiência nutricional e reduzir os impactos ambientais da produção animal. É crucial, no entanto, considerar outros aspectos da produção agropecuária e adotar medidas complementares para assegurar a sustentabilidade do meio ambiente.
Um dos aspectos a serem abordados é a gestão adequada dos resíduos gerados pela produção suinícola. A implementação de sistemas de tratamento de dejetos, como biodigestores, pode ajudar a reduzir a contaminação ambiental e a aproveitar os subprodutos gerados como fonte de energia renovável.
Além disso, é necessário adotar práticas de manejo que visem ao uso eficiente de recursos naturais, como água e energia. A otimização do uso desses recursos pode contribuir para reduzir o impacto ambiental da produção suinícola.
No que diz respeito à alimentação dos suínos, estratégias nutricionais e de manejo adequadas podem compensar a redução da suplementação de ferro na dieta.
“O acompanhamento por parte de profissionais especializados é fundamental para garantir que os suínos recebam os nutrientes necessários para seu desenvolvimento adequado, por meio da formulação de dietas balanceadas e suplementação estratégica”, destaca Fontes.
Leia o artigo completo na edição 312 da Suinocultura Industrial