Redação SI (12/10/2007) – Os antimicrobianos vêm sofrendo já há algum tempo restrições ao seu uso como promotor de crescimento na produção animal. Diversos países, principalmente na Europa, têm banido algumas destas substâncias. A questão é que se atribui ao sistema produtivo um problema de saúde pública, no caso de bactérias resistentes aos antibióticos. “Realmente existem bactérias que estão na produção e são portadoras de genes de resistência, porém existe um questionamento científico se realmente a resistência em infecções humanas são originárias da produção animal”, aponta Jalusa Deon Kich, coordenadora da Comissão Científica do Congresso da Abraves.
O assunto será debatido e apresentado pelo professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Antônio Mario Penz Jr., no dia 19 de outubro, dentro do Painel Magistral: Conhecimento e tecnologia frente aos desafios da suinocultura.
De acordo com Jalusa, a tendência mundial, inclusive nos Estados Unidos, tem sido a do uso prudente dos antibióticos na produção animal. “Há várias formas de uso prudente como, por exemplo, não se utilizar como promotor de crescimento de um princípio ativo que é utilizado em medicina humana ou, ainda, restringir as vendas de medicamentos para produção animal, só podendo efetuar uma compra mediamente autorização veterinária”, aponta a coordenadora.
Prevenção – Na União Européia, as medidas são mais restritivas, pois os países costumam adotar o princípio da prevenção. Isto levou ao banimento de diversos antimicrobianos da produção, principalmente em crescimento e terminação. “Nas fases iniciais eles têm dificuldades para garantir a mesma produtividade e também para controlar o uso terapêutico dos antibióticos porque na hora em que você o tira, começam a surgir mais doenças”, explica Jalusa.
O abandono do uso de antimicrobianos como promotores de crescimento, no entanto, pode ser questionável frente as situações que causam. “O tema é bastante complicado, pois com a retirada dos antibióticos tu tens muito mais animais ficando doente e talvez bata de frente com o conceito de bem-estar animal, porque pode se ter uma alta mortalidade”, questiona a pesquisadora.