Está programado para o dia 16 de maio, a partir das 13h30, no auditório do Centro de Eventos de Concórdia, a realização do primeiro Workshop para discutir sobre Indicação Geográfica do Meio Oeste Catarinense para os produtos Cárneos de Suínos. A realização do evento está por conta da Embrapa Suínos e Aves, Instituto Nacional da Carne Suína, INCS e Associação de Produtores de Carne e Derivados do Meio Oeste Catarinense, Aprosui.
O objetivo do workshop é informar e mobilizar a sociedade, produtores, autoridades, profissionais ligados a cadeia de carne suína e do turismo regional, para a efetivação das ações que buscam a Indicação Geográfica do Meio Oeste Catarinense para os produtos cárneos de suínos. Segundo o Analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Fabiano Luis Simioni, o registro de Indicação Geográfica (IG) é conferido aos produtos ou serviços que são característicos do seu local geográfico de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria. “São produtos que apresentam qualidade única em função dos recursos naturais como solo, vegetação, clima e ao saber humano”, esclarece.
Simioni revela que no mundo existem várias indicações geográficas para os mais diversos produtos, mas principalmente para alimentos e bebidas da Europa. “Temos como exemplo a champagne, utilizada para indicar um tipo especial de vinho espumante que é proveniente da região de Champagne, da França, e com isso nenhum vinho espumante produzido fora da região pode se chamar champagne”. No Brasil já existem diversas IGs, como por exemplo o Vale dos Vinhedos da Serra Gaúcha, a Carne do Pampa Gaúcho e a Uva do Goethe, entre outras.
A IG em carne suína
Há algum tempo, produtores de suínos, pequenos frigoríficos e instituições de fomento e de pesquisa identificaram a possibilidade do Meio Oeste catarinense, alcançar o registro de Indicação Geográfica, na modalidade de Indicação de Procedência para os produtos cárneos de suínos, como defumados, embutidos, recheados, temperados, entre outros. De acordo com o presidente do INCS, Wolmir de Souza, os imigrantes italianos e alemães que aqui se estabeleceram, trouxeram o conhecimento da produção de suínos, assim como para transformar essa carne em produtos, os quais eram, e muitos ainda são, os principais produtos que deram origem as grandes agroindústrias transformadoras de carne que surgiram nesta região e se expandiram para todo o país. “Não há dúvidas de que os produtos da carne suína produzidos por pequenas agroindústrias do Meio Oeste catarinense possuem qualidade e sabor inconfundível, principalmente em função do saber popular em produzir os animais e transformar a carne. Entretanto esta tradição vem se perdendo e a IG pode ajudar a resgatar”, conclui.
Programação
O evento do dia 16, tem início às 13h30, seguido de palestra sobre as Indicações Geográficas no Brasil e no mundo, com o vice coordenador dos Assuntos de IG e Marcas Coletivas do Ministério da Agricultura, José Carlos Ramos; às 14h50 está programada a palestra sobre as Experiências da IG do Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul, com o representante da Aporvale, Jaime Milan. A partir das 16h30, ocorre a apresentação do Projeto de Indicação Geográfica do Meio Oeste Catarinense para os produtos Cárneos de Suínos com os representantes da Aprosui, INCS e Embrapa e em seguida haverá mesa redonda com entidades convidadas e interessados para discutir ações do projeto de IG do Meio Oeste para a Carne Suína.