A suinocultura brasileira vive um novo momento. Com exportações estáveis, mercado interno aquecido, oferta ajustada e preços em expansão, o setor já dá sinais de que pode ingressar num novo ciclo de rentabilidade. A forte crise que castigou os suinocultores nos últimos dois anos inviabilizou novos investimentos e reduziu o número de matrizes alojadas. A oferta está ajustada, o mercado interno aquecido. Essa combinação tem se refletido no preço pago pelo suíno vivo. Os preços já ultrapassam os R$ 3,00 nos principais Estados produtores, chegando a atingir em Minas Gerais R$ 3,90.
Os custos de produção, por sua vez, estão estacionados em patamares relativamente baixos. As boas safras de milho e soja, e a recuperação dos estoques internacionais, mesmo que gradual, têm mantido os preços do milho e da soja em níveis adequados ao produtor. “Vivemos um novo momento, bem diferente do de um ano atrás. O cenário é positivo para os suinocultores. Os preços dos insumos de alimentação caíram, os pagos pelo suíno vivo subiram, e o mais importante, a relação de troca suíno-milho e suíno-farelo de soja está bem melhor neste ano”, afirma Fabiano Coser, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). Segundo Coser, hoje o produtor consegue comprar nove quilos de milho para cada quilo de animal vendido. No ano passado essa relação era de um quilo de suíno para seis de milho.
O único senão fica por conta das exportações. Entre janeiro e agosto os embarques do setor recuaram 6% em relação ao mesmo período de 2012. Segundo Coser, apesar da queda, o cenário é de manutenção das exportações em 2013. “Devemos fechar o ano com exportações na casa das 600 mil toneladas”, projeta.
Futuro promissor – De acordo com o diretor da ABCS, as perspectivas para a suinocultura brasileira no próximo ano são bastante positivas. A tendência é que a oferta siga equilibrada e os preços firmes. Segundo Coser, a expansão dos planteis cessaram a partir do primeiro semestre de 2011. Por conta da crise só agora os suinocultores voltaram a alojar matrizes e investir nas granjas. “Há pouco espaço para o crescimento da oferta em 2014. Se ele ocorrer, estará limitado ao ganho zootécnico dos animais”, afirma Coser.
O abastecimento de grãos, sobretudo milho e soja, salvo eventuais problemas climáticos, deve ser bom no próximo ano, projeta o executivo. “O Brasil é o maior produtor e exportador de soja, grande produtor de milho. Se tudo correr conforme o esperado teremos uma boa safra e os preços dos insumos de alimentação dos animais continuarão em patamares adequados para o produtor”, afirma.