Os grãos vão exercer menor pressão sobre os custos de produção avícola e suinícola, assegurando maior competitividade aos produtores de aves e suínos. As boas perspectivas de safra nos principais países produtores vêm derrubando os preços das commodities agrícolas no mercado internacional. Após pico recorde, atingido em setembro do ano passado, as cotações de milho e soja recuaram ao menor patamar dos últimos dez meses.
Para Leonardo Sologuren, diretor da empresa de consultoria Clarivi, há espaço para um recuo de preços ainda maior. Segundo o analista, a mudança do cenário de produção, as condições climáticas “mais normais” do que as de 2012 e a recomposição – mesmo que gradual – dos estoques mundiais, sinalizam uma queda mais acentuada no preços das commodities agrícolas. “A perspectiva de aumento de oferta de milho e soja ao longo do ano, sustentada pela América do Sul no primeiro semestre e pela América do Norte no segundo, é muito grande e obviamente se refletirá nos preços dessas commodities”, afirma Sologuren. “Nesse cenário, o setor produtor de carnes vai poder trabalhar com preços mais competitivos ao longo do ano”, avalia. Último relatório da FAO indica que a produção global de grãos vai crescer e atingir 1,3 bilhão de toneladas em 2013, uma alta de 9,3% ao recorde de 2011.
EUA: o fiel da balança – De acordo com Sologuren, o fator determinante para uma queda mais expressiva nos preços das commodities agrícolas, no entanto, será o resultado da safra norte-americana. “As perspectivas são boas, mas ainda há incerteza quanto ao resultado da safra nos Estados Unidos”, afirma. O clima desfavorável nos Estados Unidos tem complicado a vida dos produtores norte-americanos, sobretudo os de milho. O clima frio tem prejudicado o plantio do cereal, que já registra o maior atraso de sua história.
Em que pese as adversidades climáticas, as perspectivas de produção são boas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Segundo o órgão, os produtores norte-americanos poderão colher safras recordes de milho e soja neste ano. Relatório do USDA indica uma intenção de plantio de 39,4 milhões de hectares de milho, a maior área desde 1936, e uma produção de cerca de 370 milhões de toneladas do cereal. Já no caso da soja, o USDA projeta um plantio de 31,2 milhões de hectares e uma produção de 92,5 milhões de toneladas da oleaginosa. “Se tudo correr conforme o esperado os grãos vão exercer menor pressão sobre os custos de produção do setor de carnes, assegurando maior competitividade aos suinocultores e avicultores brasileiros”, avalia.
Leonardo Sologuren foi um dos palestrantes do Painel Conjuntural, realizado na manhã de hoje (14/05), na Avesui 2013. Maior evento das cadeias produtivas de aves e suínos da América Latina, a AveSui segue com intensa programação até quinta-feira (16/04).