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AveSui 2012

Brasil precisa reduzir dependência externa na produção de rações

Brasil ainda gasta em torno de US$ 20 bilhões por ano na importação de matérias-primas para a fabricação de fertilizantes, rações e outros produtos.

Brasil precisa reduzir dependência externa na produção de rações

O presidente do International Feed Industry Federation (IFIF), Mário Sérgio Cutait, afirmou durante a AveSui América Latina 2012, realizada de  02 a 04 de abril em São Paulo (SP) que, para tentar melhorar seu desempenho, o setor de rações brasileiro poderia buscar uma independência no que tange à necessidade de importação de componentes utilizados na matéria-prima da fabricação de produtos. “Apesar de um grande fornecedor mundial, o Brasil ainda gasta em torno de US$ 20 bilhões por ano na importação de matérias-primas para a fabricação de fertilizantes, rações e outros produtos, quadro que poderia ser modificado se o Brasil adotasse políticas governamentais voltadas a autorizar a utilização de matérias-primas similares”, disse.

Cutait destaca que as cadeias de proteína animal têm muitos desafios e gargalos à frente, no que tange a aspectos de tecnologia, inovação, meio ambiente. “Precisamos melhorar a nutrição dos produtos, estabelecer uma melhor pegada de água, de carbono, investir em biotecnologias, em novos ingredientes a ser utilizados, entre outros”.

 No que tange a fatores culturais, Cutait entende que é preciso estar atento às mudanças de hábitos e entender que quem manda é o consumidor. “Veja o caso da Índia, que está expandindo o consumo de leite, ou da Ásia, que vem cada vez mais ampliando o consumo e carnes. Precisamos saber nos comunicar”, comenta.
    
Sob os aspectos técnicos e regulatórios, Cutait declara que é preciso estabelecer maiores pesquisas em ciência, visando produzir alimentos mais seguros, padronizados e visando reduzir riscos quanto a contaminantes.
     
Do ponto de vista econômico, o presidente do IFIF ressalta que o setor de proteína animal precisa estar atento aos cortes globais no crédito estabelecido pelos bancos, às discussões envolvendo o uso de grãos para a produção de alimentos e de combustíveis, aos pontos pertinentes à segurança alimentar, entre outros. “Hoje, por exemplo, a fome no mundo não é causada pela falta de alimentos, mas pela ausência de renda. No Brasil, por exemplo, apesar da melhora de salários, seria preciso também reduzir impostos, o que traria uma melhor situação para todos”, resume.