Redação SI 13/09/2005 – A Embrapa Suínos e Aves, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento participa como co-promotora da primeira edição da Feira da Indústria Latino-Americana de Aves e Suínos – AveSui Centro Oeste 2005, nos dias 13, 14 e 15 de setembro, em Goiânia,GO.
Durante a realização acontece o VII Simpósio Goiano de Avicultura e o 2o Simpósio Goiano de Suinocultura. No dia 14, na sala Parque das Emas, das 10h15 às 11h, a pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves Janice Ciacci Zanella apresenta palestra sobre “Circovirose: reflexos e ações”.
A circovirose suína é a principal doença infecciosa da produção de suínos atualmente. É um conjunto de síndromes causadas pelo circovírus suíno tipo 2 ou PCV2, um vírus patogênico para suínos que está disseminado em rebanhos suínos do mundo todo. Conforme relato da pesquisadora, a circovirose suína foi diagnosticada pela primeira vez no Brasil em 2000 no Laboratório de Sanidade da Embrapa Suínos e Aves em Concórdia, Santa Catarina. A partir daí, vários casos novos de suspeita clínica com confirmação laboratorial foram identificados em rebanhos suínos brasileiros. “O prejuízo estimado para as perdas decorrentes desta infecção foi acima de 33 milhões de reais em 2004, somente numa integração do Sul do Brasil” explica Janice.
A Síndrome Multisistêmica do Definhamento dos Suínos (SMDS) é a síndrome mais importante causada pelo PCV2, mas o vírus também está relacionado com várias outras doenças e o principal problema relacionado é a duração do quadro clínico que pode persistir por vários meses se medidas de controle adequadas não forem empregadas. O custo desta síndrome, além das mortes, é ocasionado pelo declínio das taxas de crescimento e piora na conversão alimentar, devido à elevação do número de suínos refugos e/ou debilitados.
Durante a palestra, a pesquisadora deverá focar a etiologia, epidemiologia e a patogenia, além de falar sobre o desenvolvimento da doença e diagnóstico, ressaltando a importância da realização do diagnóstico correto e explicando como é possível prevenir a entrada do circovírus suíno tipo 2 em granjas que ainda estão livres.
A circovirose suína ou SMDS está sendo considerada uma doença emergente, ainda não se sabe a prevalência no Brasil, mas o vírus pode estar disseminado em criações nacionais. O PCV2 não é um vírus novo, mas um vírus recentemente identificado. Estudos demonstram que a circovirose suína está presente no Brasil desde 1988, apesar do PCV2 associado à doença ter sido identificado inicialmente somente em 2000. “Porém, ainda não está claro por que a circovirose suína associada ao PCV2, repentinamente, tornou-se uma doença de grande importância econômica para a suinocultura mundial, desde que se reproduziu a doença em 1997 no Canadá” – esclarece a pesquisadora. “Suspeita-se que a SMDS seja uma conseqüência das mudanças nas práticas de manejo, na genética do hospedeiro ou emergência de outros agentes que aumentam a gravidade da doença durante infecções secundárias”.
“Como não existem vacinas ou tratamento disponíveis, recomenda-se orienta a pesquisadora – apenas medidas sanitárias voltadas para o manejo do plantel, melhoria das condições de higiene como limpeza e desinfecção das instalações, separação entre lotes de animais e entre baias e densidade populacional adequadas”.
A SMDS tem significativo impacto econômico e, portanto, o diagnóstico rápido com eliminação dos animais positivos (geralmente 3% do lote, podendo chegar a 10% durante surtos) associado à melhoria das condições de manejo sanitário são os métodos de controle recomendados para essa síndrome.
Informações mais detalhadas sobre o evento podem ser obtidas na página eletrônica <http://www.avesui.com.br/centroeste> ou na página da Embrapa Suínos e Aves, no link de eventos, www.cnpsa.embrapa.br <http://www.cnpsa.embrapa.br>
Sobre o tema apresentado pela pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves é possível solicitar informações junto ao Serviço de Atendimento ao Cidadão- pelo email [email protected] <mailto:[email protected]>