A Embrapa Pesca e Aquicultura anunciou o lançamento de suas obras “Diagnóstico da Cadeia de Valor da Tilapicultura no Brasil” e Dimensão Socioeconômica da Tilapicultura no Brasil”, que apresentam dados levantados junto a diferentes elos da cadeia produtiva de tilápias do país. As informações contidas nas obras incluem a história de desenvolvimento de cada polo, suas características produtivas e de mercado.
Os pesquisadores, técnicos, estudantes e interessados no tema podem encontrar um levantamento completo da cadeira de tilápia nos cinco principais polos produtores do peixe no Brasil, sendo eles o Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Ceará e São Francisco. As obras estão disponíveis para download gratuito no site do centro de pesquisas.
Renata Melon Barroso, autora das publicações, conta que os dois livros são os principais produtos de seu projeto de pesquisa, de 2015 a 2017. “A tilápia é uma espécie que conta com muita informação, mas de forma dispersa e fragmentada. Daí tivemos a iniciativa de propor esse projeto, para sistematizar melhor os dados”, explica a analista da Embrapa, que fez questão de também realizar um levantamento socioeconômico de toda a cadeia. Com isso dados sobre mão de obra, a participação da mulher, geração de empregos e salários também foram apurados durante o estudo.
A tilapicultura lidera a aquicultura brasileira em volume e mercado. Segundo Eric Arthur Routledge, Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura, há espaço para a produção crescer mais ainda. “A tilápia é uma cadeia com condições de competir com as cadeias das carnes bovina, suína e de frango, além de diminuir a importação de filés de peixe importados que pressionam negativamente a balança comercial brasileira em bilhões de dólares todos os anos”, aposta ele.
As obras também apresentam o dinamismo da atividade, trazendo um período de levantamento de dados entre seu auge e sua total decadência, registrados em um intervalo de apenas dois anos. Além disso, as diferenças sociais das regiões produtores brasileiras foram refletidas no livro. Renata conta que a geração de emprego foi um dos tópicos que chamou a atenção dos pesquisadores.
Para Renata, é importante ressaltar o desenvolvimento de tecnologias a baixo custo e no associativismo. “O produtor que não atua por meio de uma cooperativa é muito frágil. Não tem volume de produção, tampouco não consegue barganhar preço. É a única saída viável para os pequenos”, conclui. As informações são da Embrapa Pesca e Aquicultura.