Redação SI (12/04/07) – A nutrição sempre ocupou papel preponderante na evolução da suinocultura mundial. O constante desenvolvimento de soluções tecnológicas nessa área foi fundamental para o aumento da produtividade do rebanho, da qualidade da carne suína e da competitividade do sistema de produção.
Desde quando começou a ser usada na dieta de suínos, a ractopamina vem chamando a atenção de pesquisadores no mundo todo. Estudos europeus e americanos já avaliaram os efeitos dessa substância na alimentação de suínos e comprovaram vários benefícios. Melhora na conversão alimentar, aumento do ganho de peso, na deposição de carne magra e diminuição da deposição de gordura na carcaça são alguns deles.
Desde que seu uso foi liberado no Brasil, em 1996, o cloridrato de ractopamina vem sendo largamente utilizado pela indústria suinícola nacional. No mesmo período, inúmeros estudos científicos foram realizados no Brasil para avaliar o uso deste aditivo alimentar e seus benefícios na composição da carcaça.
Ganho de peso – Os resultados de alguns desses estudos científicos foram o mote principal da apresentação de Expedito Tadeu Facco Silveira, pesquisador do Centro de Tecnologia da Carne do Instituto de Tecnologia de Alimentos (CTC/Ital), no segundo dia do VI Seminário de Suínos, que está sendo realizado na AveSui Regiões.
De acordo com o especialista, trabalhos de pesquisa sobre o efeito da ractopamina no ganho de peso e conversão alimentar revelam uma contribuição significativa desse aditivo alimentar na criação e processamento de suínos. As características das carcaças dos animais que recebem a ractopamina, explica o pesquisador, também são melhores.
Durante sua palestra, Tadeu apresentou os dados de um trabalho desenvolvido por ele mesmo no Ital em 2005 que avaliou o efeito de diferentes níveis de ractopamina no peso de abate de suínos e nas características quantitativas da carne – como peso vivo, porcentagem de carne magra e gordura da carcaça e quantidade de carne em alguns cortes.
Mais carne – Os resultados do estudo, revela Tadeu, apontaram um acréscimo na quantidade de carne nos cortes – pernil, carré, barriga e paleta – em virtude da adição da ractopamina na ração. “Esses resultados sugerem que os cortes de alto valor comercial foram beneficiados com a adição da ractopamina”, afirma.
Segundo ele, foram constatados incrementos médios de carne considerados expressivos no pernil (1,88kg), carré (0,92kg), barriga (0,96kg) e paleta (0,75kg) com a adição de 5mg/kg. Verificou-se ainda no trabalho um aumento médio no peso vivo (4,53kg) e porcentagem de carne magra (3,57%) com a adição de 5mg/kg do aditivo na ração.
Os resultados obtidos no experimento, afirma Tadeu, permitem concluir que a adição de ractopamina contribuiu para aumentar a quantidade de carne e diminuir a de gordura em animais leves ou pesados. “Levando-se em consideração o rendimento médio de abate e porcentagem média de carne magra na carcaça verificou-se um incremento de 1,53% e 2,63%, respectivamente com a adição de 5mg/kg de ractopamina na ração”, explica Tadeu.