Redação (06/03/07) – Dados da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento revelam que o agronegócio mineiro em 2006 representou 11,9% dos R$ 167 bilhões do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) brasileiro, o equivalente a cerca de R$ 20 bilhões de reais. Pela análise, em 2006 ocorreu uma redução na participação da agricultura (de 55,5% para 55,0%) e aumento na participação da pecuária (de 44,5% para 45,0%) no conjunto dos resultados do agronegócio estadual.
Neste cenário, a suinocultura mineira é responsável por cerca de R$ 800 milhões do PIB mineiro, segundo dados da ASEMG – Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais. Presente em grande parte do estado, a suinocultura está concentrada principalmente no Triângulo e Alto Paranaíba, que possuem 34% das matrizes. O município que abriga o maior número de suínos é Uberlândia, com mais de 500 mil suínos e, juntamente com Patos de Minas, formam o mais importante pólo de produção agrícola e de suínos do País. O segundo pólo de produção do estado é a Zona da Mata, com 32% das matrizes.
Tradicional e importante na produção de suínos, o estado tem apresentado contínuo desenvolvimento da atividade, com mais intensidade após a instalação, em 1977, da empresa Agroceres PIC, especializada em melhoramento genético. Até esta data, o estado possuía um dos maiores rebanhos do país, mas predominavam criações de subsistência. A década de 70 representou a introdução da mais alta tecnologia mundial de produção de suínos, incorporadas no projeto inovador das linhas genéticas da empresa. A partir deste período, foram construídas as primeiras unidades modernas de criação de suínos para o abate e também as indústrias de maior porte para o processamento da carne.
A atual suinocultura de Minas Gerais possui estrutura diferente das áreas tradicionais do sul do Brasil. No Sul, predomina a produção integrada com pequenos produtores familiares que possuem criações com número de animais ainda pequeno ou menor que as criações dos mineiros. Em Minas, as criações são de ciclo completo, com maior número de matrizes, sendo que perto de 60% das matrizes estão em granjas com mais de 500 reprodutoras, o que representa uma média de 1500 fêmeas.
Apesar da grande quantidade de produtores independentes na região, o número de suinocultores integrados tem aumentado significativamente. Para o presidente da ASEMG, José Arnaldo Cardoso Penna, o conseqüente aumento do abate e industrialização de suínos no município de Uberlândia, que tem foco no abastecimento interno e exportação, foi o que atraiu muitos produtores interessados em se adequar ao novo perfil de produção de suínos da região.
Uma das maiores responsáveis por estas mudanças é a Sadia. A empresa, que deslanchou seus negócios após a aquisição da granja Resende, anunciou que investirá no aumento da capacidade de abate de suínos, que era de 700 mil por ano em 2004, para 1,6 milhões de cabeças por ano, até o final de 2007: “Até o final deste ano, a empresa concluirá as obras de expansão de sua unidade localizada em Uberlândia, que receberá investimentos na ordem de R$ 400 milhões. Estes recursos contribuirão para a geração de 3.400 empregos diretos no triênio 2004-2007, sendo que atualmente a unidade mineira emprega 5.900 funcionários”, afirma Marco Antônio Siqueira, gerente regional da Sadia em Minas Gerais e Distrito Federal.
Quanto aos investimentos, o presidente da ASEMG acredita que seja fruto da qualidade: “A ampliação das plantas da SADIA e PIF PAF se deve possivelmente à qualidade dos suínos e ao profissionalismo da produção, sempre atentos à preservação e sustentabilidade ambiental, imprescindíveis à atividade”, argumenta.
Outro setor atraído para o solo mineiro foi o de genética. O estado detém o título de capital do melhoramento genético do país: “Acreditamos que a opção em se produzir matrizes e reprodutores de alto valor genético em MG se deu pelo isolamento sanitário, disponibilidade de grãos, posição geográfica estratégica, proximidade com grandes núcleos que absorveriam a produção e pela demanda de materiais de alto valor genético que já se anunciava”, diz o presidente da ASEMG.
2007 produtivo – Os números apresentados pela ASEMG demonstram o desenvolvimento econômico e a produtividade da atividade. “Em 2005, a produção de carne suína em MG chegou a 284,15 mil toneladas, equivalente a 10% da produção nacional; exportamos 32,5 mil toneladas, representando pouco mais de 5% do total exportado pelo Brasil. Em 2006, a produção chegou a 309,26 mil toneladas, que é conseqüente do aumento de 10% do plantel. Para 2007, a expectativa de aumento do plantel ultrapassa pouco mais de 3%, com reflexos na produção em torno de 8%”, comenta José Arnaldo.
No setor de industrialização também haverá crescimento: Cerca de 10 mil suínos devem ser abatidos por dia em 2007 pelas empresas SADIA, Pif Paf e frigorífico SUINCO – que inicia suas atividades no primeiro trimestre, em Patos de Minas.
Também este ano, o setor deve voltar seus olhos para o consumo interno. Segundo o pesquisador Dirceu J. D. Talamini, da Embrapa Suínos e Aves, o estado é um dos maiores consumidores de carne suína do Brasil. “Apesar de não se dispor de levantamentos estatísticos atuais e precisos, estima-se que consumo de carne suína é um dos maiores do país, situando-se perto dos 20 kg por pessoa/ano, sendo a maior parte de carne in natura”.
Mas os mineiros esperam aumentar este número: “Nosso objetivo maior é o aumento do consumo no estado, com rigorosos padrões de produção sustentada, bastante profissionalismo e levando ao consumidor final um produto cada vez mais seguro para ser consumido”, sustenta o presidente da ASEMG.
Uma das iniciativas já programadas para o início de 2007 é a campanha que será realizada entre a associação e a rede de supermercados mineiros, através de parceria com a Amis (Associação Mineira de Supermercados). A campanha “Um novo olhar sobre a carne suína” é uma iniciativa da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), em parceria com as associações de suinocultores regionais, que tem como objetivo desmistificar e aumentar o consumo através de ações marketing.
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