Redação AI 12/05/2005 – O médico veterinário e gerente comercial da Copacol, Hélio Schorr, falou na manhã desta quinta-feira (12/05) aos participantes do IV Seminário Internacional de Aves e Suínos, realizado na AveSui 2005, sobre os canais de comercialização de carnes de aves e das tendências de novos produtos para o mercado interno e para exportação.
Schorr iniciou sua apresentação falando sobre as estratégias empresariais adotadas pelas indústrias avícolas brasileiras. Segundo ele, tais estratégias estão focadas, em maior ou menor grau, em três pontos: no processo de produção, no produto ou no cliente. De acordo com Schorr, a empresa cujo foco é o produto é caracterizada pela inovação. Nestas empresas, diz, os esforços estão concentrados no processo de criação e, conseqüentemente, os profissionais criativos são bastante valorizados. “Os departamentos de pesquisa e desenvolvimento são fortes. O futuro do segmento é exaustivamente
discutido”, explica.
Já a força motriz da empresa focada no processo de produção, argumenta, são os custos, a eficiência e o sistema produtivo. “Os equipamentos industriais, planejamento, controle de produção, custos de produtos e insumos e os processos fabris são assuntos profundamente discutidos nessas organizações”, afirma. “O crescimento embasado, sobretudo no lucro operacional é a tônica dessa estratégia”, diz o gerente comercial da Copacol.
O foco no cliente é atribuído, explica Schorr, a organizações cujas forças motrizes são as necessidades de mercado e os métodos de vendas, distribuição e logística. “Nessas empresas a energia e os recursos são direcionados à antevisão das necessidades dos consumidores e do mercado”, diz. “Hábitos do consumidor e suas tendências, mercados emergentes, nichos de mercados, serviços de atendimento ao consumidor, pós-venda, canais de comercialização e sua distribuição, bem como métodos de venda são aspectos valorizados pelos executivos dessas empresas”, completa.
Canais de comercialização Schorr definiu canal de comercialização como “uma rede organizada de agências e instituições combinadas que desempenham atividades mercadológicas necessárias para ligar produtores a usuários”. Segundo ele, são os canais de comercialização que podem permitir uma vantagem competitiva consistente a uma empresa. “Sobretudo na indústria avícola brasileira em que as tecnologias de produção e o processamento industrial são muito semelhantes e, a princípio, disponíveis para todos os participantes no mercado”, afirma.
Quanto mais longo for o canal ou quanto maior o número de intervenientes no processo de comercialização entre o produtor e o consumidor, argumenta, maior o risco de interferências externas no processo e, conseqüentemente, maior a possibilidade de perdas de qualidade do produto.
Em virtude disso, explica Schorr, e principalmente pela necessidade de
mudança estratégica das empresas que são cada vez mais pressionadas a redirecionar seu foco para o cliente, os canais de comercialização estão sendo obrigados a modernizarem-se. Entre as tendências geradas por esse movimento, Schorr aponta o fato de cada vez mais produtores estarem agindo como atacadistas, atacadistas agindo como varejistas e a especialização dos atacadistas. “Todas as empresas estão cada vez mais interessadas em estar mais próximas do consumidor”, explica. Está cada vez mais difícil, pór exemplo, negociar com a rede varejista. Por outro lado, as pequenas lojas estão se unindo para ganhar poder de negociação”, completa.
Consumidor moderno e tendências de mercado – Antes de falar sobre as tendências de novos produtos avícolas – e até para fundamentá-las – Schorr traçou um panorama da evolução do perfil dos consumidores nos últimos 10 anos. Segundo ele, o “consumidor do passado”, tinha como principais características o pouco acesso à informação e o baixo poder de compra e, portanto, era muito pouco exigente.
Já o consumidor atual, diz Schorr, é bem informado, extremamente exigente, tem pouco tempo para se alimentar, tem na qualidade de vida uma prioridade e por isso está atento a qualidade e segurança dos alimentos que consome. Esse novo tipo de consumidor, argumenta, também está preocupado com questões sociais, com a preservação ambiental, o bem-estar dos animais etc. “Portanto, o produto ideal para o consumidor moderno tem que ser prático, pois as pessoas estão cada vez mais ocupadas e sem tempo
para preparar e consumir alimentos, nutritivo, pois os consumidores estão preocupados com os alimentos que compõe sua dieta”, explica.
A segurança alimentar, a composição química dos alimentos, possibilidades de contaminação, segundo Schorr, são assuntos de extrema importância para o consumidor atual. “O novo consumidor conhece e exige seus direitos”, diz. O gerente comercial da Copacol cita ainda a disponibilidade e o preço como atributos indispensáveis para novos produtos avícolas.
De acordo com Schorr, os consumidores estão mudando e exigindo novos produtos e demandam canais de comercialização modernos e eficientes. “Criatividade, inovação e percepção das tendências do mercado será a razão do sucesso das empresas avícolas”, resume.