Redação AI 19/04/2004 – Um dos pontos altos do VI Simpósio Goiano de Avicultura, realizado na última semana nos dias 14, 15 e 16 de abril, em Goiânia (GO), foi o Painel sobre Exportação de produtos avícola e desenvolvimento. Ao escalar representantes do governo estadual e do setor avícola goiano e nacional, a organização do evento conseguiu criar um dinâmico fórum de debates, que discutiu a participação da avicultura brasileira no mercado internacional, suas potencialidades, deficiências e o mais importante: os caminhos que a avicultura do Estado precisa trilhar para aumentar sua representatividade na exportação avícola brasileira.
Na primeira palestra do painel, o secretário Estadual de Agricultura e Abastecimento de Goiás, José Mário Schreiner Sobrinho falou sobre as características do agronegócio no Estado. Em 2003, o agronegócio contribuiu com 83, 41% com o saldo da balança comercial de Goiás. A participação do complexo soja foi de 71,3%, carne e couros participou com 22,03% e demais produtos agropecuários com 6,67%. “O agronegócio é responsável por 70% do PIB de Goiás. Esse número dá a real dimensão de sua importância para a economia goiana”, disse Sobrinho.
O secretário de Agricultura também ressaltou a importância da avicultura para o agronegócio goiano. “A avicultura goiana tem dado saltos enormes nos últimos anos e no contexto regional do Centro Oeste, Goiás já possui o maior plantel avícola”.
A avicultura em Goiás – A avicultura goiana representa atualmente 45% do plantel avícola do Centro Oeste e 4,45% do plantel nacional. Quinto maior produtor do Brasil, Goiás possui hoje um rebanho avícola de 40 milhões de cabeças. Em 2003, do volume total de carne produzido no Estado, 231 mil toneladas foram destinadas ao mercado interno, 161 mil toneladas para outros Estados e 93 mil toneladas direcionadas para o mercado internacional. “Nossa avicultura é extremamente moderna, segue rigorosamente as normas ambientais e tem um status sanitário excelente”, avaliou Sobrinho. “Estamos dentro do Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) e a regularização e fiscalização sanitária é feita através da Agência Goiana de Defesa Agropecuária”.
Mercado internacional – Já o secretário estadual de Comércio Exterior, Ovídio de Angelis, falou em sua apresentação sobre o crescente papel desempenhado pela avicultura goiana nas exportações brasileiras de carne de frango. Segundo Angelis, embora Goiás ainda participe timidamente das exportações avícolas brasileiras, o Estado tem um enorme potencial para atender esse tipo de mercado.
Atuando no mercado internacional desde 2001, Goiás exporta hoje para 47 países. No ano passado, as exportações goianas representaram 3,5% do volume total exportado pela avicultura brasileira. A tendência para este ano, segundo o secretário, é de crescimento. De acordo com Angelis, Goiás deve fechar este ano com uma participação de 6% nas exportações brasileiras de carne de frango. “As exportações goianas vêm registrando um crescimento espantoso este ano”, diz. “Para se ter uma idéia nossas exportações avícolas cresceram mais de 100% no mês de fevereiro quando comparadas ao mesmo período do ano passado”.
Angelis ressaltou a importância de se manter o status sanitário do plantel goiano como condição fundamental para continuar ganhando espaço no mercado internacional. O secretário informou ainda que o Governo Estadual planeja fazer um estudo detalhado do setor avícola para definir linhas de ações para alavancar as exportações do Estado. “Poderemos, inclusive, estudar a utilização dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste para a modernização dos aviários e frigoríficos de Goiás, visando uma maior participação nas exportações brasileiras de carne de frango”.