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Evento

Bionergia é alternativa para produção de commodities de Mato Grosso ficar no mercado interno

O potencial bioenergético de Mato Grosso é palco de discussão do 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso e 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central

A produção de energias renováveis é um grande desafio para Mato Grosso e para o mundo. Porém, ao mesmo tempo é uma alternativa ao estado para que a sua produção de commodities, como soja, milho e sebo bovino, permaneçam no território interno para a industrialização de biodiesel, etanol e até mesmo de energia elétrica. Somente em milho em torno de 17% da produção fica no mercado interno e entre as alternativas para o cereal estão à produção de etanol e DDG, proteína que pode ser utilizada para alimentação de bovinos, suínos e aves. 

O potencial bioenergético de Mato Grosso é palco de discussão do 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso e 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central (Canacentro), que ocorre em Cuiabá. O intuito do evento é mostrar o potencial do setor sucroenergético na geração de bioeletricidade. Hoje, Mato Grosso conta com 10 usinas de cana-de-açúcar instaladas, das quais apenas três vendem energia elétrica para o sistema.

O encontro reunirá entidades públicas e privadas, produtores, analistas, estudiosos e sociedade.

O mundo nos próximos 40 anos irá consumir o dobro de energia que consome atualmente, segundo o pesquisador da Embrapa Soja e consultor internacional do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial, Décio Gazzoni, durante a abertura do Congresso na noite de segunda-feira, 12 de setembro, ao apresentar dados do Ministério de Minas e Energia. Hoje, são consumidos 17 trilhões de watts.

“As mudanças do uso de energias renováveis dentro da matriz energética ocorreram ao longo do tempo. E, continuará mudando. Não será de um ano para o outro. Isso acontecerá ao longo do tempo e será pela pressão social, pelos ajustes internacionais, pelo problema do aquecimento global, políticas público e o próprio avanço tecnológico que reduz o custo de operação da energia”, pontuou Décio Gazzoni.

Conforme o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Endrigo Dalcin, produzir energia é um grande desafio. “A bioenergia é um assunto muito motivante. Nós estamos aqui em Mato Grosso em uma eminencia de verticalizar a nossa produção. Essa verticalização vai demanda cada vez mais energia e os biocombustíveis e a bioenergia são a energia do momento. O futuro nos reserva uma nova fase, onde temos que verticalizar e dar destinação mais nobre aos nosso produtos finalizando eles dentro do nosso Estado, gerando mais riquezas e mais emprego”.

O 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso e 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central (Canacentro) seguem na capital mato-grossense até quarta-feira, 14. Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, não há energia suficiente para atender instalações de agroindústrias no Estado, bem como outras indústrias. “Além disso, a nossa energia é cara. Portanto, precisa haver uma maior oferta de energia para que ela possa suprir todas as demandas existentes”. 

De acordo com Rui Prado, “Não há como o desenvolvimento continuar no ritmo que foi na última década sem energia e sem energia a preço compatível com todo o processo industrial”.

A produção de energia renovável é considerada uma oportunidade para Mato Grosso visto sua aptidão tanto para o milho quanto para a floresta (produção de eucalipto), segundo o presidente da Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta), Glauber Silveira. “Nós vamos precisar de proteína e o DDG, que vem do milho, é uma proteína. A floresta é biomassa”.

Construção de alternativas

A construção de alternativas para fomentar a produção de bioenergia é um ponto em discussão dentro do Governo Federal, principalmente dentro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, destaca que o governo sentará com o setor agroindustrial para que juntos possam construir alternativas que podem vir através de usinas de etanol de milho, por exemplo. Geller pontua, ainda, que a discussão que ocorre em Mato Grosso não é importante apenas para o setor agrícola, mas como para a economia do país também