Redação (08/10/07) – A relação de uma empresa com a comunidade algumas vezes cria vínculos que dificulta a distinção entre a história local e a história corporativa. Em Wilmington (EUA), onde a DuPont iniciou operações em 1802 produzindo explosivos, a população ainda eufemiza a morte com a expressão "foi para o outro lado do rio". A fábrica foi instalada às margens do rio Brandywine e, àquela época, algumas explosões arremessaram corpos no ar – alguns caíam na outra margem do rio, então desabitada.
No Brasil, a empresa iniciou as operações em 1937, com a fabricação de produtos químicos e, no fim dos anos 40, instalou uma fábrica de explosivos em Barra Mansa (RJ) em uma antiga fazenda de goiabas. "Ainda hoje o lugar é conhecido como goiabal devido à sua origem", diz Ricardo Vellutini, presidente da DuPont no Brasil.
Reconhecida pela produção de itens como o teflon, o nylon e a lycra, a DuPont agora foca sua estratégia global em produtos "ambientalmente inteligentes". Nesse novo direcionamento, o Brasil ganha importância estratégica. Boa parte dessa expansão ocorrerá no Brasil, país onde a empresa incrementa suas vendas em uma média de 16% ao ano, tendo chegado a US$ 1,1 bilhão em 2006. "O País ganhou importância em função da excelente condição para produzir biomassa com cana-de-açúcar e com madeiras", afirma Vellutini. A DuPont estuda implantar, até meados de 2008, um centro de pesquisas para desenvolvimento de biocombustíveis e polímeros a partir da cana – nos EUA, o trabalho é feito com milho.
A empresa também planeja reforçar investimentos na área agrícola, visando sobretudo ao desenvolvimento de sementes e defensivos. Em cinco anos, a empresa dobrou de faturamento no país e boa parte desse resultado deveu-se aos negócios da Pioneer – divisão de sementes – e da divisão de defensivos agrícolas. Em 2006, a DuPont investiu no Brasil em torno de US$ 25 milhões, valor que deve crescer no próximo ano.