“O Brasil deu um grande salto na produtividade da agropecuária, nos últimos 20 anos, mas precisa, agora, qualificar sua produção”, afirmou, há pouco, o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Márcio Portocarrero. Ele participa do Seminário Internacional sobre Marcas de Qualidade – Instrumento de Política de Valorização dos Produtos Agropecuários, que acontece de hoje (19) até sexta-feira (21), em São Paulo (SP).
Conforme Portocarrero, as marcas de qualidade pressupõem uma organização da produção e resultam na capacidade de alcançar mercados com marketing direcionado, garantindo mais renda e credibilidade. Os benefícios da certificação chegam, principalmente, a pequenos agricultores que, isoladamente, não conseguiriam acessar novos mercados, explica o secretário, que apresentou a uma plateia de gestores, empresários e produtores rurais de 12 países a experiência brasileira com marcas de qualidade, como indicação geográfica e denominação de origem.
“Somos um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo e precisamos mostrar que temos condições de apresentar produtos sustentáveis do ponto de vista ambiental, social e tecnológico e com diferencial de origem, como já acontece com os vinhos do Vale dos Vinhedos e da cachaça de Paraty”, reforça. Portocarrero disse, ainda, que o Brasil tem muito a aprender com a larga experiência da União Europeia nesse trabalho, bem como países vizinhos, dentre eles, Argentina, Chile e México.
Ações – Hoje, o Ministério da Agricultura tem ações para incentivar a cadeia produtiva que trabalha com certificação e marcas de qualidade. Uma dessas ações é o apoio técnico e financeiro a associações e cooperativas que atuam com produtos com potencial de indicação geográfica. O governo está aplicando R$ 1,3 milhão em convênios para essa finalidade, que inclui queijos, açaí, cachaça, açafrão, café e guaraná.
Outra iniciativa é o fomento a projetos de Produção Integrada (PI) em 22 estados. O selo emitido pelo Ministério da Agricultura significa que o alimento foi produzido com menos insumos (agrotóxicos, fertilizantes etc.), com respeito ao meio ambiente, entre outros critérios que reduzem os custos de produção e melhoram a rentabilidade do agricultor. Além de frutas, que foi o trabalho pioneiro da PI, o ministério começa a apoiar projetos de flores, café, gengibre, tomate, soja, mel, uva, carne, entre outros.