Da Redaçaõ 10/12/2003 – 04h40 – No próximo dia 15, a Coamo Agroindustrial Cooperativa, maior cooperativa singular da América Latina, com sede em Campo Mourão, inicia o repasse de R$ 19 milhões aos seus 17,8 milhões de associados referentes à primeira parcela das sobras (lucro) líquidas do atual exercício. O valor é 27% superior aos R$ 15 milhões distribuídos em igual período no ano passado.
Segundo José Aroldo Gallassini, presidente da Cooperativa, o faturamento do atual exercício deve ter incremento de pelo menos 35% sobre os R$ 2,27 bilhões da receita bruta de 2002, superando os R$ 3 bilhões. A expectativa é que o movimento chegue aos R$ 3,10 bilhões, depedendo do volume de produtos que será vendido ainda neste ano. “Ainda não fechamos os números, mas acreditamos que será possível fechar o balanço dentro das expectativas, pois os cooperados podem autorizar a venda de um pouco mais de seus produtos”, disse Gallassini.
Quanto à distribuição das sobras, o presidente da Coamo informou que o valor que caberá a cada associados obedece à proporção da entrega de produtos à cooperativa. “Mas todos recebem. E já é tradicional, tanto que eles consideram o repasse como o 13 salário, que ajuda nas compras dos presentes e nas festas de final de ano.” Segundo Gallassini, o “dinheiro extra” que é repassado aos cooperados é resultado do ganhos adicionais que a Coamo consegue ao negociar a produção no mercado. “Sempre conseguimos vender por um valor acima do estipulado pelo cooperado. Então, a sobra que é distribuída aos cooperados é resultado das bons negócio com o milho, soja e trigo, além da aquisição de insumos.”
Gallassini disse que em fevereiro, logo após a assembléia ordinária que aprecia as contas da Coamo, será repassada a segunda parcela do lucro aos associados. Mas não soube adiantar o valor, porque depende do fechamento do balanço e da aprovação dos cooperados.
Bom ano Gallassini disse que os números da Coamo refletem o bom momento vivido pela agricultura. Lembra, por exemplo, que foi um período de safra cheia no verão e no inverno e, sobretudo, de produtos de boa qualidade. “Nos 33 anos de Coamo, nunca tivemos uma safra tão boa como essa, com a produção excelente no verão e de trigo e milho safrinha, no inverno.” Na safra 2001/02, a Coamo recebeu 4,5 milhões de toneladas de grãos. O volume atual ainda não está fechado. “Mas será superior”, comentou.
Além disso, Gallassini avaliou que a quebra da produção agrícola nos Estados Unidos e na Europa contribuiu para melhorar os preços das principais commodities e, assim, ajudou a elevar a receita da cooperativa. No entanto, devido em parte à queda na cotação do dólar, o executivo acredita que o resultado das exportações atuais deve repetir os US$ 325 milhões de 2002. “Podemos ter vendido até mais do que no ano passado. Só que o dólar, naquele período, chegou a até R$ 4,00”, lembrou.