Redação AI 28/10/2003 – 09h40 – O setor avícola tem atraído as atenções dos empresários por seu potencial de crescimento e as possibilidades de agregação de valor que proporciona. Justamente por isso, as cooperativas não poderiam ficar de fora deste promissor segmento da economia. Estimativa da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) mostra que em 2003 serão investidos no Estado aproximadamente R$ 450 milhões em projetos de novas plantas e ampliação das atuais. Deste total, cerca de R$ 180 milhões – mais de um terço – serão aplicados no setor de carnes. Com um detalhe: a maioria esmagadora dos projetos é de avicultura.
Um destes projetos é o da Cooperativa Agrícola Mista Rondon Ltda (Copagril), que está construindo um frigorífico em sua cidade sede, Marechal Cândido Rondon, para entrar com força na produção de aves. Para a implantação do frigorífico serão investidos R$ 30 milhões. A produção irá atender o mercado interno e também será destinada à exportação. Em uma primeira etapa o frigorífico irá abater de 80 a 90 mil frangos por dia, absorvendo a oferta de 200 produtores integrados. A intenção é iniciar o abate no final de 2004. Quando o frigorífico estiver operando, o próximo passo da cooperativa é aumentar a produção para 160 mil frangos/dia, o que deve acontecer em 2006.
Agregação de valor
A característica comum dos projetos das cooperativas é que eles buscam agregar valor ao produto básico, na maioria das vezes buscando o mercado externo. É o caso da Cooperativa Agroindustrial Lar, de Medianeira (PR), que terá a primeira unidade paranaense – e de toda a América Latina – de cozimento industrial de frango. A planta, inaugurada em setembro, recebeu investimentos de R$ 6 milhões.
O novo equipamento, de origem holandesa, tem capacidade para processar entre 800 e 900 toneladas de produto acabado por mês. Este volume será destinado exclusivamente à exportação para países da União Européia, como Inglaterra, França e Holanda. A Lar exporta 5 mil toneladas mensais de carne de frango.
Segundo o gerente da unidade industrial da cooperativa, Reinaldo Fiúza Sobrinho, a nova linha de produção vai permitir que a cooperativa dê um salto sobre as exigentes barreiras sanitárias dos europeus ao mesmo tempo em que oferece uma opção a mais para os seus compradores. “O produto final pode ser apenas descongelado e aquecido, ou então assado”, explica. Estima-se que, em três ou quatro anos, quem não tiver peças desta natureza não terá mais acesso ao mercado europeu. Com o cozimento, a tonelada do peito exportada passará de US$ 1,8 mil para US$ 3,2 mil.