Redação (02/03/2009)- A Cooperfrango, uma das maiores cooperativas avícolas de São Paulo, anunciou a paralisação dos abates. Mais de mil trabalhadores serão demitidos.
Houve poucas entregas no último dia antes da paralisação do abate. Boa parte dos funcionários ficou no pátio buscando informações sobre a situação da maio cooperativa avícola do Estado de São Paulo.
A cooperativa anunciou a demissão de 90% dos 1,2 mil funcionários. Devem ficar apenas alguns trabalhadores das áreas de recursos humanos, manutenção e segurança.
A diretoria informou que as atividades serão interrompidas até que seja posto em prática um plano de reestruturação. O sindicato pretende que parte do patrimônio seja vendida para garantir os acertos trabalhistas.
“A gente vai entrar com uma ação contra a empresa. Fazer a desapropriação do prédio para repassar para os trabalhadores”, avisou Orlando dos Santos,
representante do sindicato.
O superintendente da Cooperfrango, Valter de Oliveira, afirmou que os bens da cooperativa não são maiores que todas as dívidas. Só as dívidas trabalhistas somam sete milhões de reais. Ele afirma que a Justiça é quem vai decidir como os acertos serão pagos.
Com quase 40 anos no mercado, a cooperativa abatia quatro milhões de aves por mês, o que soma 15% da produção estadual. A crise evidenciou problemas de gestão. As dívidas são estimadas em R$ 30 milhões. Há sete anos a empresa fez um empréstimo de R$ 12 milhões para ampliar a produção. Alguns bens foram dados como garantia e o débito ainda não foi quitado. Recentemente, com o mercado desacelerado, o faturamento caiu. A cooperativa chegou a suspender o fornecimento de ração para alguns granjeiros.