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Instituições

De olho no OGM

O papel das instituições públicas no desenvolvimento de insumos transgênicos é debatido em congresso da Embrapa.

Distante das posições ideológicas a cerca da evolução dos organismos geneticamente modificados, o XXVIII CNMS (Congresso Nacional de Milho e Sorgo),  trouxe para debate o tema o “Papel das instituições públicas nos programas de milho transgênico no Brasil”. Hoje, as lavouras transgênicas são realidade em 134 milhões de hectares em 25 países do mundo, sendo que para a próxima safra de milho serão oferecidas 136 cultivares transgênicas apenas no Brasil.

Segundo o pesquisador Antônio Álvaro Corsetti Purcino, o papel da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) neste contexto é oferecer liberdade de escolha para os diversos segmentos da cadeia produtiva, realizando estudos de monitoramento de impacto ambiental das tecnologias, estudos sobre a rotação de culturas transgênicas, sobre o surgimento de novas pragas e microorganismos eficientes contra elas, e atuar no desenvolvimento de transgênicos em áreas não cobertas pelo setor privado.

Um exemplo é o desenvolvimento de cultivares transgênicas tolerantes ao alumínio tóxico no solo. “A Embrapa Milho e Sorgo é reconhecida internacionalmente pelas pesquisas desenvolvidas nessa área, que culminaram com a clonagem do gene AltSB na cultura do sorgo”, disse o pesquisador. Este gene, identificado e clonado em 2007, confere tolerância ao sorgo à presença do alumínio em concentrações tóxicas no solo. Os benefícios são uma maior absorção dos nutrientes pelas raízes, como o fósforo, e um maior aprofundamento do sistema radicular da planta, já que o alumínio inibe este crescimento. Regiões de seca, consequentemente, serão beneficiadas.

E em relação à seca, Corsetti adiantou que a Embrapa Milho e Sorgo vem trabalhando no desenvolvimento de cultivares transgênicas resistentes, como em trabalhos com o gene Dreb, licenciado do Jircas (Japan International Research Center for Agricultural Sciences), com o gene Bt e com um gene de resistência ao vírus do mosaico da cana-de-açúcar. “Os trabalhos estão em andamento e deverão ser apresentados em um horizonte de dois anos”, revela. “Nosso objetivo como instituição pública é oferecer estas tecnologias a uma gama de produtores, desde agricultores familiares a empresariais”, disse.

O XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, realizado pela Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Transferência de Tecnologia, Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Universidade Federal de Goiás, foi encerrado no último dia 02 em Goiânia-GO. A promoção foi da ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo).