A carne suína foi o foco de um debate multidisciplinar que ocorreu na VIII Jornada Científica e Cultural do Centro Universitário Vila Velha (UVV), no Espírito Santo, no dia 21 de outubro. Reunidos no teatro da UVV, profissionais e estudantes de nutrição, medicina veterinária e gastronomia, entre outros, passaram uma manhã discutindo temas, polêmicas e mitos, que envolvem a produção e o consumo do produto.
O workshop intitulado “Mitos e fatos sobre a carne suína: Uma questão para a segurança alimentar e Nutricional” teve início com uma demonstração de cortes, com a participação do especialista Daniel Furtado. Durante quase uma hora, o mestre açougueiro prendeu a atenção do público demonstrando, com habilidade, a versatilidade e a variedade de cortes que o suíno pode oferecer.
Em seguida, o secretário executivo da Associação de Suinocultores do Espírito Santo e coordenador estadual do Projeto Nacional de desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), Nélio Hand, explicou um pouco sobre o projeto e as ações realizadas no Estado.
Quem também esteve prestigiando o momento foi a coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado, que enfatizou a importância do evento para quem ainda é estudante. “Momentos, como esse, são muito importantes quando você ainda está na faculdade e devemos aproveitar ao máximo a troca de saberes”, afirmou.
Já a coordenadora do curso de nutrição e mediadora do debate, professora Ana Maria Bartels Rezende destacou o preconceito que a carne suína sofreu até os dias atuais. “O consumo dessa proteína é estratégico na alimentação do homem há muito tempo. No entanto, a carne suína é, sem dúvida, a que mais sofreu preconceito da classe médica e de nutricionistas”, disse.
A nutricionista convidada para a palestra, Marina Borelli, enfatizou a importância alimentar da carne suína. “Ela é rica em nutrientes essenciais, como o ferro, zinco e vitamina B12. Além disso, ela possui outros elementos que favorecem a absorção desses nutrientes”, afirmou. Marina é docente da Faculdade de Nutrição e da Faculdade de Enfermagem do Centro de Ciências da Vida, da Pontífice Universidade Católica (PUC) – Campinas.
Após a palestra da professora, teve início uma mesa redonda com a participação dos professores dos cursos de medicina veterinária, Marcus Alexandre Vaillant Belltrame e Gilberto Marcos Júnior, e gastronomia Alessandro Eller, além das nutricionistas Ana Maria e Marina Borelli, do especialista em cortes de carne suína, Daniel Furtado e da coordenadora do PNDS, Lívia Machado.
Um dos mitos desfeitos durante o debate foi a restrição no consumo de carne suína a pessoas que estão em processo de recuperação de alguma cirurgia ou mesmo algum que sofrem com algum tipo de inflamação. “Esse é realmente um mito, pois o consumo de carne suína nesses casos, não só não deve ser evitado, como é recomendado uma vez que possui nutrientes que contribuem no processo de cicatrização”, explicou a nutricionista Marina Borelli.
No fim, o professor Marcus Alexandre elogiou o nível do debate. “Essa interdisciplinaridade foi uma forma muito interessante de se promover uma rica discussão sobre a carne suína e envolveu todas as etapas, desde a criação, até o consumo final, passando pelas informações sobre a qualidade nutricional do produto”, ressaltou Marcos.
O professor Gilberto Marcos Júnior disse que também ficou muito satisfeito e feliz por ter participado do debate. “Foi uma discussão excelente, pois o aluno muitas vezes não consegue vislumbrar toda a cadeia produtiva e fecha seu foco em apenas uma etapa. Quem esteve presente conseguiu fechar o elo produtivo com toda essa variedade disciplinar”, enfatizou Gilberto.
O Evento foi uma realização da Ases em parceria com o curso de nutrição da UVV e tem apoio da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). A participação na Jornada Científica é mais uma ação do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), desenvolvido pela ABCS, em conjunto com o Sebrae e coordenado no Estado pela Ases, com o apoio do Sebrae-ES.