Segurança alimentar é responsabilidade de governos e da iniciativa privada e se trata de uma questão não negociável. É preciso acelerar soluções para que tenha abrangência global. E, qualquer que seja o caminho a ser seguindo, o Brasil é protagonista fundamental. As considerações são de John Kadyszewski, diretor da American Carbon Registry, em debate sobre “Oportunidades para a Agricultura na Economia do Clima”, durante o Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima – Feed 2011, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), no Centro de Convenções da Fecomercio, em São Paulo.
A American Carbon (ACR) é uma empresa sem fins lucrativos que faz parte da Winrock International, um dos principais programas voluntários de construção de normas de preservação do meio ambiente. Fundada em 1996, a ACR tem 15 anos de experiência em desenvolvimento de metodologias compensatórias e minimizadoras de emissões, e hoje lidera ações inovadoras no chamado mercado de carbono.
Segundo Kadyszewski, o caminho para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável passa por práticas intensivas e não mais extensivas, não importa a quantidade de terras aráveis disponíveis. Passa, também, por boas práticas no uso de fertilizantes e defensivos já disponíveis e capazes de até melhorar a rentabilidade por hectare plantado. “Está claro que a prática de uma agricultura extensiva como forma de resolver problemas futuros de abastecimento é falsa”, afirmou.
O especialista também considera falsa a idéia de que a agricultura é a vilã da deterioração das condições ambientais do planeta. Se continuássemos com as práticas vigentes no início do século passado, a produção atual só seria possível com o alargamento da fronteira agrícola equivalente a dois Brasis. O que é impensável. Para ele, Brasil e Estados Unidos vão conduzir o processo de mudanças na agricultura compatíveis com as exigências de preservação do meio ambiente. “A Europa não tem lugar nesse cenário”, ressaltou.
Kadyszewski foi taxativo: o Brasil tem produzido bons dados no que se refere a práticas agrícolas sustentáveis e tem sido convincente em demonstrá-los em âmbito internacional. O caminho em prol da Sustentabilidade – explicou – é sem volta. Prova disso é que, mesmo em um cenário econômico global adverso, empresas apostam nas mudanças necessárias e relatórios sobre riscos de aumento de emissão de carbono são cada vez mais requisitados. Para ele, a discussão sobre mudanças climáticas está excessivamente politizada. Mesmo assim, cresce o respeito pela ciência, fazendo com que governos e iniciativa privada passem a agir mais efetivamente em prol do Planeta e da Humanidade.
A segunda edição do Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima, encerra-se, nesta terça-feira, 6/9, com uma mesa-redonda que discutirá como se obter e manter a sustentabilidade em toda a cadeia produtiva brasileira, que contará com a participação de representantes da CNA, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Mais informações sobre o Feed 2001 no site: www.feed2011.com.br ou www.canaldoprodutor.com.br