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Friboi planeja estrear em suínos e construir fábricas no ''modelo Swift''

<p>A JBS-Friboi gostou do modelo de grandes fábricas da Swift nos Estados Unidos, empresa que adquiriu em maio passado, e tem planos de ''replicar'' a experiência por aqui.</p>

Redação SI (17/09/07) – A intenção é fazê-lo em Sorriso (MT), onde a empresa acaba de assinar um protocolo de intenções com a prefeitura para estudo de viabilidade visando a construção de dois frigoríficos, um para abate de bovinos e outro de suínos.

O Friboi ainda não atua no segmento de suínos no Brasil, mas nos Estados Unidos, com a Swift, é a terceira maior empresa.

Conforme o comunicado da JBS, o projeto prevê uma unidade de gado bovino com capacidade de abate de 6 mil cabeças por dia e uma de suínos, para 12.000 animais. Se saírem do papel, as duas plantas serão as maiores do País, cada uma em seu segmento.

Para se ter uma idéia, a maior planta de abate de bovinos do Brasil atualmente é do próprio Friboi, com 3 mil cabeças por dia, em Barra do Garças (MT). A maior planta de abate de suínos é da Perdigão, em Rio Verde (GO), que está sendo duplicada para uma capacidade de 7 mil animais por dia.

Sempre fazendo questão de enfatizar que o projeto ainda é "muito preliminar" e que está em fase de estudos de viabilidade, o diretor José Paulo Macedo, afirma que o plano de construir grandes fábricas é reflexo da entrada do Friboi nos EUA. "É uma tentativa de replicar o modelo americano, que foi avaliado positivamente", afirma.

A principal vantagem é a escala. Nos EUA, a Swift tem quatro plantas de bovinos, com uma capacidade de abate total de 23 mil cabeças diariamente. Já as três plantas de suínos têm capacidade total de 47.800 animais por dia.

A JBS quer replicar também o modelo de produção integrada com matéria-prima que a Swift tem nos EUA, diz Macedo. A idéia é ter confinamento para o gado em Sorriso para abate na unidade na cidade. Os animais para engorda seriam buscados no norte do Mato Grosso, onde há mais gado disponível que em Sorriso, no centro do Estado.

Como os estudos de viabilidade ainda estão em curso, Macedo diz que dados como quando a capacidade total das unidades seria alcançada não estão disponíveis. Mesmo o valor do investimento, projetado em "até US$ 300 milhões" também é preliminar, bem como o potencial de faturamento de US$ 1 bilhão.

Se a operação for viável e aprovada pelo Conselho de Administração da JBS, as obras começarão em 2008, e a previsão é de que entrem em operação até 2010. Fontes do setor de carnes observam que um projeto de frigorífico para capacidade de abate de 12 mil suínos por dia com integração "levaria anos".

Segundo José Paulo Macedo, a região de Sorriso se encaixa nos planos do Friboi pela disponibilidade de grãos, insumo fundamental para a integração de suínos e confinamento do gado.

Para fontes do setor de carnes, com a nova tacada, o Friboi tenta marcar posição em relação a Sadia e Perdigão, grandes em suínos e que também entraram em carne bovina. "A Sadia e a Perdigão beslicaram o delas [em bovinos], agora o Friboi quer beliscar em suínos", diz Rafael Weber, da Geração Corretora. Macedo, no entanto, desconversa sobre uma suposta disputa com Sadia e Perdigão. "Já estamos em suínos", afirma, referindo-se ao fato de a Swift atuar no segmento nos EUA.

Ele disse ainda que vender o negócio suíno nos EUA, como o Friboi chegou a aventar na época da aquisição da Swift, "não faz parte da estratégia hoje". No Brasil, a JBS-Friboi tem 15 unidades de abate de gado, em Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul.

A capacidade é de 24.100 cabeças diárias. A empresa também é dona da Swift na Argentina, onde tem cinco unidades de abate de bovinos.