Da Redação 08/12/2004 – O pernambucano São Mateus Frigorífico Industrial Ltda., o maior empresa do ramo instalada na região Nordeste do país, está dando início aos planos de expandir sua atuação para todo o mercado nacional e também para o internacional. A empresa projeta crescimento de 50% para o próximo ano, calcado na ampliação de sua planta industrial.
O São Mateus está finalizando a construção de um anexo industrial ao custo de R$ 9 milhões. “Além disso, em fevereiro, iremos à Alemanha procurar novos equipamentos para ingressarmos no segmento de embutidos. Para esta etapa, deveremos investir R$ 12 milhões”, afirma o presidente do frigorífico, José Cavalcanti Régis Filho. O São Mateus estima encerrar o ano de 2004 com faturamento da ordem de R$ 120 milhões, 30% maior que o registrado no ano passado.
Com o investimento que está sendo finalizado, o São Mateus deverá incrementar sua capacidade de produção, que atualmente é de 4 mil toneladas mensais, para 6 mil toneladas por mês. A partir da entrada em operação da linha de embutidos, como salames, a capacidade instalada da empresa deverá ser elevada para cerca de 10 mil toneladas. A companhia não faz abate de animais. Apenas processa as carnes adquiridas de terceiros.
Os investimentos em andamento são destinados à ampliação da produção de hambúrgueres e de empanados. A capacidade dessas linhas é de 500 toneladas mensais e 30 toneladas por mês, respectivamente. De acordo com Régis, cerca de 70% dos investimentos são originários de capital próprio da empresa. Com as ampliações, o número de funcionários deverá passar de 900 trabalhadores para 1,2 mil.
O aumento da capacidade deverá dar suporte aos planos de expansão do frigorífico no mercado interno. Recentemente, a empresa entrou nos mercados do Distrito Federal e no estado de Goiás. “O nosso mercado ainda é pequeno nessas regiões. Mas estamos realizando um trabalho de marketing intensivo para ganhar espaço”, afirma Régis.
O trabalho citado pelo executivo inclui um dos de maior fixação junto ao consumidor: o boca-a-boca. A empresa montou uma série de quiosques em vários pontos de vendas em todas as suas áreas de atuação para a venda de espetinhos de carne suína, bovina e de aves. Embora evite falar em quantidades comercializadas, o executivo informa que 180 quiosques – mais de 20 apenas na Região Metropolitana do Recife – estão em operação e que há pedidos para abertura de novas unidades.
Além dos quiosques, o São Mateus está abrindo centrais de distribuição na região Sudeste. A primeira unidade localizada em São Paulo começará a funcionar em janeiro do próximo ano. Também estão sendo intensificados os trabalhos para ampliar a participação no Norte do país.
Mas a grande esperança da empresa está no mercado externo. O frigorífico mantém contato com países da África, América Latina e Caribe, para exportar parte de sua produção já em 2005. Régis afirma, ainda, não saber qual o potencial que as exportações podem alcançar dentro dos negócios da companhia, mas suas perspectivas são otimistas.
O frigorífico pernambucano iniciou suas atividades em 1983. A marca foi inspirada no nome de uma embarcação – São Mateus – recebida como indenização pelo hoje presidente da empresa. Com o dinheiro obtido no ramo de pescados, Régis optou por montar uma indústria de processamento de mortadelas e salsichas. Hoje são produzidos mais de 50 itens entre mortadelas, afiambrados, hambúrgueres, presuntos, apresuntados, salsichas e lingüiças.