Redação (11/05/07) – A norte-americana GSI, líder mundial em armazenagem de grãos, pretende abocanhar o espaço aberto pela "saída" da Kepler Weber do mercado. A empresa começou a atuar este ano com a venda de silos no Brasil – tem 5% do mercado -, por meio da terceirização de serviços. Para alcançar a outrora liderança da indústria gaúcha, a GSI vai investir R$ 20 milhões na construção de uma unidade, que poderá ser no Rio Grande do Sul ou em algum estado do Sudeste ou Centro-Oeste. O anúncio da localização do investimento será feito em um mês. Metade do valor empregado virá de recursos próprios e o restante, financiado. A previsão é que nova unidade esteja em funcionamento no início de 2008. Com o projeto concluído, 30% do faturamento mundial da SGI virá do Brasil.
"Queremos ocupar o lugar deixado pela Kepler Weber", diz Ingo Erhardt, presidente da GSI no Brasil. A liderança de mercado está nas mãos da Pagé. Atualmente, a GSI tem uma unidade em Marau (RS), voltada para a produção de equipamentos para granjas de aves e suínos.
A GSI pretende ser líder em três a cinco anos, mesmo apostando que a Kepler Weber possa vir a se recuperar economicamente. Estima-se que a indústria gaúcha tenha uma dívida da ordem de R$ 400 milhões. Procurada, a Kepler Weber não se pronunciou.
O último grande investimento do setor foi da ex-líder: R$ 100 milhões em Mato Grosso do Sul, em uma unidade com capacidade de processamento de 5 mil toneladas de aço por mês, inaugurada no final de 2004. Na época, a pretensão da Kepler Weber era desbancar a atual líder mundial no segmento, justamente a empresa que hoje pretende ocupar o seu espaço no Brasil. A fábrica sul-matogrossense está desativada. Apenas a matriz, em Panambi (RS), funciona – com cerca de 5% da capacidade instalada.
Erhardt explica que os valores aplicados na fábrica brasileira serão inferiores ao da antiga líder porque a GSI já possui equipamentos – subutilizados em Marau e que dependem de serviços de terceiros para a produção dos silos, de alto valor agregado, que armazenam apenas soja e milho. A fábrica permitirá a produção de silos para todos os tipos de grãos, com diversas faixas de preços. A idéia, segundo ele, é que os equipamentos sejam enviados para a nova unidade e, desse modo, a capacidade da fábrica de Marau será ampliada. Os investimentos nesta unidade, neste ano, serão de R$ 5 milhões. A GSI detém 35% do market share da área de suínos e aves. A estimativa é que as vendas neste segmento cresçam entre 30% a 50% neste ano. Cerca de 20% da produção da SGI no País é destinada ao mercado externo.
O presidente da GSI no Brasil diz que a instalação da unidade dependerá dos incentivos que estão sendo negociados com os estados. Segundo Erhardt, além do Rio Grande do Sul, a empresa pode se instalar próximo a seus clientes ou fornecedores. De acordo com o executivo, a previsão era que a GSI entrasse neste segmento no ano passado, adquirindo uma empresa. No entanto, segundo ele, a decisão de construção traz retorno financeiro melhor que a compra.
Inicialmente, a unidade terá capacidade para a produção de silos equivalentes a 1 milhão de toneladas. Em 2001, o volume será duas vezes maior. O projeto da GSI é atender ao Brasil, mas também exportar para os países da América Latina, chegando a 25% da produção destinada ao mercado externo.