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Grupo Maristela (SP) inicia integração na produção suinícola

Com exclusividade, o Suinocultura Industrial apresenta o trabalho de integração suína do frigorífico Maristela, que abate 700 cabeças por dia.

 

Redação SI 05/03/2002 – O Grupo Maristela, administrado pelos irmãos Bataglin, conta hoje com três unidades de abate: uma de suínos e duas de aves, e vários produtores integrados. A sociedade surgiu no final da década de 70, com a produção e abate de aves. Em 1992, o grupo começou a abater suínos com a instalação de um abatedouro no distrito de Maristela, em Laranjal Paulista (SP). Hoje abate 700 cabeças suínas por dia e vende as carcaças (85% da produção) e os cortes (15%) às redes de supermercados e açougues das regiões de Sorocaba, Piracicaba e Bauru.

José Eduardo Bataglin (no destaque da foto), diretor do frigorífico de suínos, diz que a produção em 2001 chegou a 140 mil suínos abatidos. Isto rendeu um faturamento de R$ 20 milhões ao grupo. Para 2002, o diretor estima um volume de abate de 180 mil cabeças suínas, elevando o faturamento para R$ 25 milhões. A unidade de abate de suínos conta com o trabalho de 160 pessoas e a dedicação dos cerca de 90 suinocultores integrados.

Integração – O Grupo Maristela começou a trabalhar com a integração de suínos na década de 80. Isto configura a empresa como a primeira, ou uma das primeiras, a adotar o sistema de produção suinícola integrada no Estado de São Paulo. De alguns anos para cá, a prática começou a tomar corpo e a envolver 45 suinocultores de engorda e 38 produtores de leitões, totalizando cerca de mil matrizes. Hoje, 80% dos animais abatidos são das granjas integradas do grupo.

Os suinocultores integrados do Maristela são todos da própria região do frigorífico. Eles ficam instalados num raio de 80 quilômetros da unidade de abate. “Um dos motivos da implantação do sistema de integração foi justamente aproximar as granjas do abatedouro para melhorar a qualidade da carne”, revela Eduardo. “Antes, abatíamos animais oriundos de granjas muito distantes, o que acarretava em alto índice de estresse nos animais, devido ao tempo do transporte”. Além da melhoria da qualidade da carne, o diretor afirma que a integração ajuda a baratear o custo da matéria-prima, neste caso o suíno. “A integração proporcionou uma redução no custo do suíno para o frigorífico em torno de 10%”, diz.

De acordo com José Eduardo Bataglin, o caminho para a suinocultura brasileira é a parceria entre o produtor e o frigorífico. “Assim como a avicultura, a suinocultura deverá se verticalizar cada vez mais”. O sistema de parceria/integração do Maristela com o suinocultores prevê o pagamento de R$ 3,00 a R$ 5,50 por animal produzido e entregue ao abate com peso entre 85kg a 90kg.

O frigorífico também disponibiliza todo o apoio técnico aos produtores. Conta com uma fábrica de ração própria para abastecer as granjas, que chega a produzir 3 mil toneladas por mês. A assistência nutricional e veterinária é prestada pela Fatec.

Planos
– Hoje, o frigorífico Maristela focaliza sua produção ao mercado de carcaças e cortes suínos. Isto não quer dizer que sua industrialização seja zero. A empresa fabrica cerca de 200 toneladas por mês de lingüiça e outros produtos como o torresmo e pedaços de leitoa salgados. Quando questionado sobre a possibilidade de se ampliar o frigorífico e começar a industrializar massivamente a carne suína, Bataglin é seguro: “Daqui uns quatro anos estarei vendendo somente cortes de carne suína e preparando a unidade para a industrialização de produtos com a marca Maristela”. Sobre os investimentos da empresa para 2002, o diretor revela que serão investidos cerca de R$ 1 milhão na ampliação do quadro de produtores de leitões e suinocultores de engorda.

Veja outros detalhes do Grupo Maristela na próxima edição da revista Suinocultura Industrial no. 159.