Da Redação 30/11/2005 – A ALL segue investindo no transporte de produtos frigorificados. Após a parceria com a Sadia, que resultou num sistema inédito de transporte de produtos com contêineres refrigerados, a empresa de logística projetou para o armazém gaúcho Standard uma operação de transporte de produtos frigorificados que inclui o primeiro trem de cargas expresso do país.
Os investimentos na operação são de R$ 5 milhões. Conforme Paulo Basílio, diretor de industrializados da ALL, a capacidade inicial do trem é de 17 mil toneladas por mês. Mas as empresas projetam um crescimento de dez vezes essa capacidade, devido ao sistema de captação de cargas dessa operação.
Agora, ao contrário do acordo com a Sadia, a ALL poderá captar cargas de vários clientes, por meio de um terminal de transbordo da Standard, em Esteio, próximo a Porto Alegre (RS), construído especialmente para essa nova operação. Segundo Basílio, a ALL está trabalhando em conjunto com a Standard para atrair novos clientes.
Os contêineres vêm vazios do porto de Rio Grande até o terminal da Standard em Esteio, onde são transbordados para caminhões, com destino aos armazéns das empresas na região. Carregados, os contêineres retornam ao terminal e são colocados num vagão-plataforma adaptado e ligados por cabos a um vagão com gerador próprio movido a diesel, que mantém a refrigeração dos contêineres.
Só então começa efetivamente a operação sem paradas desse sistema até o Terminal de Contêineres (Tecon), no porto de Rio Grande, localizado no Rio Grande do Sul, numa rota anteriormente realizada por caminhão com duração próxima a 12 horas. No modal ferroviário, o tempo de trânsito pode chegar a 48 horas, mas os custos reduzidos compensam, segundo as empresas envolvidas. “O nível de segurança do transporte é maior, e o ganho no frete vai de 10% a 20%. Além disso, o vagão possui capacidade maior em relação a um caminhão”, afirmou Basílio.
De acordo com José Luiz Demeterco, diretor da Standard, além da redução de custos a vantagem está em poder ofertar outra opção de serviço para os clientes. Segundo ele, a empresa buscava uma forma de reduzir o frete, já que a zona produtora fica no norte do Estado e o Tecon no extremo sul, separados por 350 quilômetros.
“As margens do transporte rodoviário já são reduzidas, não tem muito mais onde mexer”, disse Demeterco. A Standard, que também tem unidades no porto de Itajaí (SC) e em Curitiba (PR), movimenta, na unidade gaúcha, cerca de 32 mil toneladas por mês de cargas frigorificadas.