Redação AI 04/06/2002 Comum no oeste catarinense, a integração entre frigoríficos e avicultores deve chegar com força ao litoral catarinense nos próximos meses. Ao menos é o que espera a Macedo, Koerich, de São José, na grande Florianópolis. Prestes a tirar do papel um projeto de expansão que prevê mais do que dobrar o volume diário de abates – o total de frangos passará dos atuais 70 mil animais/dia para 144 mil animais/dia – a empresa pretende tercerizar os gastos com os aviários e a estrutura necessária para a engorda dos pintos. “Assim poderemos investir com mais tranquilidade em itens que não podemos repassar a terceiros, como a granja para ovos, o frigorífico e a fábrica de ração”, diz o diretor de produção da companhia, Valter Bampi.
Segundo ele, o projeto de integração da Macedo, que ganha corpo nos próximos meses com o início da construção de aviários em 50 propriedades, só estará concluído em 2004. Aí, a empresa deverá ter 300 integrados. Por enquanto, na que pode ser considerada a primeira fase da iniciativa, o frigorífico está cadastrando produtores interessados na parceria. Já temos 100 pessoas interessadas em trabalhar conosco, garante o executivo. Os produtores foram cadastrados depois que a empresa fez uma peregrinação por 15 cidades que ficam no raio de 100 quilômetros de distância do abatedouro.
Para acertar com os integrados, a Macedo oferece a garantia de compra dos animais engordados, assistência técnica, os pintinhos e a ração. Além disso, graças a um convênio firmado com as prefeituras e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), a terraplanagem das áreas onde serão erguidos os aviários será feita pelas administrações municipais. O produtor cobrirá o custo da mão de obra e o investimento no aviário – que gira entre R$ 40 mil e R$ 60 mil.
Aí, porém, o pessoal também terá uma ajuda da Macedo. Através de um acerto feito com o banco Real, os avicultores poderão financiar o recurso para o aviário pagando juros de 8,7% ao ano. “Nos próximos dias participaremos de uma reunião com os administradores do Pronaf. Nossa intenção é garantir empréstimos do programa, que cobra juros mais baixos”, diz Bampi.
Antes de partir para o projeto que está implementando, a Macedo fez uma experiência piloto com o sistema de integração. “Até 1997 todos os animais que abatíamos saíam de nossas granjas próprias. Nos últimos cinco anos, porém, trabalhamos também com 40 integrados”, explica Bampi. A iniciativa serviu para que a empresa avaliasse a estratégia de expansão e vencesse a resistência cultural à integração que existia no litoral catarinense.