Para discutir a competitividade do sistema ferroviário brasileiro, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) realizaram na manhã de sexta-feira (25) o XX Fórum ABAG, em São Paulo (SP).
Todos reconhecem a competência do agronegócio brasileiro dentro da porteira e a importação cada vez maior de outros países pelos produtos nacionais (alimentos, fibras e biomassa). Uma das questões prioritárias e de maior interesse das cadeias produtivas hoje é transporte, para competir com mais força nos mercados internacionais.
O consultor para logística de transportes da CNA – Confederação Nacional de Agricultura, Luiz Antonio Fayet defendeu a revisão dos contratos de concessão, aproveitamento de linhas inoperantes, a revisão das tabelas referenciais de preços de fretes e o código de direito dos usuários. “O colapso portuário é hoje a situação mais dramática. Para amenizar o problema precisaríamos investir 30 bilhões de dólares até 2020”, disse Fayet. “Tivemos melhorias depois da privatização da Rede Ferroviária Federal, de acordo com a Lei Federal n 11.483, de 31 de maio de 2007. Mesmo assim, ainda continua baixa a disponibilidade de rotas, de vagões e de equipamentos”.
De acordo com Bernardo Figueiredo, da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), que regula o setor ferroviário, a agência irá editar três resoluções para alterar regras de setor e rever de forma emergencial as tabelas de preços máximos. Em razão de baixos investimentos na via permanente e de uma estrutura regulatória inadequada, o transporte ferroviário apresenta desempenho muito aquém da necessidade do agronegócio e do País. Consultas públicas recentes do órgão poderão estimular a concorrência e reverter esta situação.
“A ineficiência no transporte prejudica drasticamente o escoamento da produção e principalmente a rentabilidade do produtor. O seu custo logístico não consegue ser repassado para os elos à jusante da cadeia produtiva. Não aproveitamos para explorar mais e melhor os modelos em cima das ferrovias e hidrovias. O modal ferroviário é o mais recomendável para as nações de dimensões continentais, como o Brasil. É o que fazem estrategicamente os Estados Unidos, Canadá e Rússia”, destacou Carlo Lovatelli, presidente da Abag.