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Marfrig investe US$ 70 milhões na compra de frigoríficos

<p>Terceiro maior exportador do país compra o uruguaio Tacuarembó, o argentino Argentine Breeders & Packers e o Frigoclass, de São Paulo.</p>

Redação (01/11/06) – O empresário Marcos Molina, do frigorífico Marfrig, terceiro maior exportador de carne bovina do país, deu uma importante tacada na expansão de seus negócios. Nas últimas semanas, fechou de uma só vez a compra de três frigoríficos: o uruguaio Tacuarembó, o argentino Argentine Breeders & Packers (AB&P) e o Frigoclass, em Promissão, interior de São Paulo.

As três operações são avaliadas pelo mercado em 70 milhões de dólares e devem ampliar ainda mais os resultados financeiros do Marfrig. No começo do ano, a empresa esperava faturar 1,5 bilhão de reais. No segundo semestre, a projeção subiu para 2,3 bilhões e deve crescer ainda mais com os novas operações.

De olho no mercado externo, Molina já abriu escritório em Londres e formou uma joint venture com a chilena Quinto Cuarto, uma das maiores trading do país que também possui participação em um pequeno frigorífico. A entrada no Uruguai é um passo mais importante porque garante acesso mais rápido a consumidores cobiçados pelos brasileiros. O país exporta carne in natura para México, Estados Unidos e Canadá, mercados fechados ao Brasil por causa de restrições sanitárias.

O AB&P, por sua vez, é especializado em carne de gado angus, a preferida pelos americanos e europeus e largamente comercializada pelo Marfrig no Brasil. Em Promissão, o Marfrig já tem um planta e com o Frigoclass poderá ampliar escala de abate.

Filho e neto de açougueiros, Molina iniciou no setor como distribuidor de cortes importados, abastecendo restaurantes sofisticados como o Fasano e os hotéis da rede francesa Accor. Comprou o primeiro frigorífico há apenas seis anos e começou a exportar para a União Européia. Em 2004, já estava faturando 1 bilhão de reais e era considerado pelo mercado um dos empresários mais arrojados do setor. Procurado pelo Portal Exame, Molina preferiu não comentar as recentes aquisições.

O negócio com o Frigoclass pode ser interpretado como uma vitória dupla, pois representa o fim de um problema para o investidor inglês Terry Johnson. Tradicional empresário do setor na Europa, Johnson amargou prejuízos no Brasil. Comprou a planta do Frigoclass e a reformou para transformá-la em uma das mais modernas do país. Os investimentos somaram 25 milhões de dólares. Antes da inauguração, no entanto, em outubro do ano passado, o Mato Grosso do Sul sofreu um surto de febre aftosa e a carne do estado passou a sofrer embargo de mais de 50 países.