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Mercado Interno

Norte terá Plenária de Avicultura

União Brasileira de Avicultura promove primeira Plenária Regional da avicultura do Norte do país, em Belém (PA).

Norte terá Plenária de Avicultura

A União Brasileira de Avicultura (UBA) promoverá na próxima sexta-feira (18/09), em Belém (PA), a Plenária Regional Norte, evento voltado para a avicultura do Norte do país.

A Plenária reunirá lideranças nacionais e estaduais, avicultores, agroindustriais e representantes de três das quatro secretarias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Secretaria de Relações Internacionais (SRI), Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e Secretaria de Política Agrícola (SPA), para discutir temas de interesse da avicultura.

Em destaque, questões como ações institucionais e técnicas da UBA, situação ambiental da Amazônia, Plano Nacional de Sanidade Avícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (PNSA/Mapa), defesa agropecuária do Pará, oportunidades para o setor avícola, mercado de milho, avicultura de postura, ações do Instituto Ovos Brasil, entre outros assuntos.

Entre os confirmados estão o presidente da UBA, Ariel Mendes, a coordenadora do PNSA/Mapa, Regina D’arce, o analista de Comércio Exterior da Secretaria de Relações Internacionais do Mapa, Luiz Cláudio Caruso, o coordenador Geral de Cereais e Culturas Anuais do Ministério, Silvio Farnese, além de José Roberto Bottura, Diretor Executivo do Instituto Ovos Brasil, Carlos Fernandes Xavier, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Cláudio Afonso Martins, presidente da Associação Paraense de Avicultura (Apav), e Arlinéia Maria Mota Rodrigues, coordenadora do Programa de Sanidade Avícola do Pará (Adepará).

Segundo o presidente da UBA, Ariel Mendes, há grande expectativa em torno deste encontro por uma série de motivos. “Inicialmente, por ser a primeira vez que a UBA promove uma plenária especificamente para a produção do Norte- região que, embora seja a menor produtora do país, apresenta um bom potencial de crescimento de consumo. Também a presença de representantes do Mapa gera perspectivas sobre os resultados, já que a região é grande dependente das políticas de agronegócio do órgão federal. Além disso, será uma oportunidade única de aproximação e interação entre os vários elos, otimizando resultados”, aponta Mendes.

Avicultura do Norte – Um dos coordenadores da plenária, o presidente da Associação Paraense de Avicultura (Apav), Cláudio Afonso Martins, explica que a região Norte do país detém um grande potencial de consumo, que ganhou força nos últimos anos graças às políticas governamentais de distribuição de renda. “A tendência do consumo aqui é dobrar. Temos um grande mercado para atuar”, diz.

Martins ressalta, no entanto, que faltam políticas de incentivo por parte do governo, que favoreçam o crescimento da avicultura regional. “Aqui entra muito frango de fora, vindo de outras regiões. Não conseguimos atender a todo o consumo, pois falta incentivos como disponibilidade de financiamentos e apoio à produção de grãos para os Estados da Amazônia Legal. Por isso este encontro desta sexta-feira é tão importante: com a equipe do Mapa aqui, conseguiremos dar início a um ‘destravamento’ da nossa roda de produção”, destaca o presidente da Apav.

Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Pintos de Corte (Apinco), a região norte do país alojou no ano passado 83,537 milhões de pintos de corte, algo em torno de 1,5% da produção nacional. No Estado do Pará, segundo a Apav, esta capacidade de alojamento está em torno de 1,2 milhões de cabeças por semana.

Apesar do baixo índice de participação, a região tem apresentado bons níveis de crescimento da produção – de 2007 para 2008, o alojamento regional cresceu 6,9%, patamares semelhantes ao Sul (7,37%) e Nordeste (7,76%), e acima do Sudeste (4,6%) e Centro-Oeste (2,6%).

No segmento de postura, a participação da região Norte é mais expressiva – 3,1% do total do plantel nacional de poedeiras e 3,2% do total da produção de ovos brasileira. Segundo dados da UBA relativos a 2008, a região registrou um alojamento médio de 2,5 milhões de poedeiras, com produção total de 2 milhões de caixas de 30 dúzias de ovos. O Estado do Amazonas é o principal produtor, com média de 1,6 milhão de poedeiras alojadas e 1,2 milhões de caixas de 30 dúzias produzidas no ano passado.

Crédito travado – Um dos casos mais evidentes da falta de repasse de recursos para a avicultura do norte do país é a Asa Alimentos, agroindústria com planta instalada em Aguiarnópolis (TO).

Abastecendo mercados do Norte e Nordeste, a escolha pela instalação das plantas no Estado visa, especialmente, obter custos logísticos mais baixos para a exportação – e consequentemente, tornar a produção regional mais competitiva. Segundo estudo realizado pela empresa, a posição geográfica da planta e as futuras redes de escoamento via ferrovias e hidrovias do Norte do País garantiriam até US$50 de economia por tonelada, frente o produto avícola escoado por outros portos brasileiros.

Com grande potencial de crescimento da produção , que hoje é de 40 mil aves/dia, ou 25% de sua capacidade- a agroindústria enfrenta sérios problemas para obtenção de crédito junto ao Banco Amazônia (um dos principais provedores de recursos para a região Norte do País) o que acaba reprimindo o uso da capacidade total.

Segundo o presidente da Asa Alimentos, Aroldo Silva Amorim Filho,  além da exportação, o consumo de proteína animal tem crescido na região Norte do país. “Com o aumento da rendas das famílias da região, o consumo de proteína animal cresceu. Neste contexto, o frango leva vantagem, por ser uma proteína barata. O contexto da produção aqui é favorável ao setor avícola, onde conseguimos produzir a custos melhores que em outras regiões, graças ao crescimento da produção de grãos no Estado. Mesmo assim, há uma insensibilidade por parte da instituição financeira em crédito ao segmento, prejudicando, inclusive, os pequenos produtores integrados”, destaca o presidente da agroindústria.

* Com informações da UBA