Mais de 150 universitários discutiram na última sexta-feira (28) as propriedades nutricionais do ovo. O assunto foi abordado na 9ª edição da Jornada Científica e Cultural da Universidade Vila Velha (UVV). O workshop, direcionado aos estudantes de nutrição, veterinária e gastronomia, foi realizado pela Associação dos Avicultores do Estado do Espírito santo (Aves) em parceria com o curso de nutrição da UVV e apoio do Sebrae, Instituto Ovos Brasil e União Brasileira Brasileira de Avicultura (Ubabef).
Com o tema “Ovo: Segurança alimentar e nutricional em discussão”, o evento apresentou o que há de novo em pesquisas sobre o valor nutritivo deste alimento na dieta humana e aspectos de segurança na produção e na manipulação de produtos à base de ovos.
O ciclo de palestra foi iniciado pelo diretor do Instituto de Nutrição Avançada, Gabriel de Carvalho. O nutricionista e farmacêutico bioquímico apresentou dados de pesquisa atuais sobre o papel nutritivo e funcional dos ovos na dieta humana. “O ovo é um alimento rico em nutrientes e é indicado à todas as faixas etárias. Estudos recentes demonstram que a ingestão de colina, presente na gema do ovo, é importantíssima durante a gestação e diminui as chances de defeito neural no bebê. O ovo também é altamente indicado para problemas de retina e mácula”, ressalta.
Carvalho falou ainda sobre mitos atribuídos ao alimento. “O grande medo das pessoas ao consumir ovos está ligado ao aumento de colesterol e morte do coração. Esse é pensamento popular, mas que está errado. Estudos atuais mostram que o consumo de ovos melhora o perfil lipídico. As pessoas devem sim ficar atentas às formas de preparo, que podem interferir para melhorar ou minorar as propriedades do ovo”, enfatiza o nutricionista.
Já o médico veterinário e diretor executivo do Instituto Ovos Brasil. José Roberto Bottura, abordou os aspectos de segurança no setor de postura comercial. “A produção de ovos hoje no Brasil segue um processo de produção com adoção de procedimentos sanitários rigorosos para garantir a biosseguridade nas granjas. A boa composição nutricional da alimentação das poedeiras aliada à genética e linhagem das aves é o que confere a qualidade dos ovos produzidos no país. Também observa-se um acentuado processo de automatização da produção nos últimos anos”, destaca.
A palestra de encerramento da jornada foi proferida pelo engenheiro de alimentos e professor da UVV, Argeu Ferreira Maia, que levou aos estudantes orientações para a segurança alimentar na manipulação de ovos e produtos à base do alimento. “O processo de produção de ovos hoje no país está bem profissionalizado, mas o consumidor deve adotar pequenos hábitos domésticos de sanitização para evitar contaminações, assim como deve proceder com outros alimentos”.
Para a coordenadora do curso de nutrição da universidade, professora Ana Maria Bartels Rezende, os resultados dos debates foram positivos. “Precisamos provocar dúvidas nas pessoas e quebrar mitos. Esse tipo de ação proporciona isso. Nós profissionais temos que nos aprofundar nesses assuntos e discutir esses mitos para levar respostas e informações à população”, pondera.
O Secretário Executivo da Aves, Nélio Hand, enfatizou que esse tipo de discussão é de suma importância para o setor avícola. “Vemos sempre muita informação distorcida em relação aos nossos produtos, especialmente ao ovo que é tão nobre para a alimentação humana. Oportunidades como essa que a UVV está nos proporcionando, nos ajudam a levar essa informação de maneira coerente e quebrar mitos que muitas vezes são criados sem o menor fundamento”, enfatizou.