As “Transformações da Agricultura Moderna” foram tema de palestra seguida de roda de conversa com o engenheiro agrônomo Decio Zylbersztajn, fundador e presidente do Pensa, centro de gestão do agronegócio da Universidade de São Paulo (USP). O encontro na sede da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), na Capital, reuniu o secretário Arnaldo Jardim e os coordenadores de todas as unidades da Pasta.
Pesquisa, extensão rural, defesa agropecuária e abastecimento assistiram à apresentação de Zylbersztajn com um olhar detalhado sobre os sistemas agroindustriais (SAGs) na economia atual. “A agricultura não é um ente isolado. Ela afeta e é afetada por outros setores, por isso não se pode olhar apenas para soluções locais”, explicou o PhD em Economia pela Universidade da Carolina do Norte e professor titular da Faculdade de Administração da USP.
“A nossa intenção com esse encontro é pensar no futuro para sistematizar ideias. A agricultura moderna precisa repensar as instituições”, apontou Arnaldo Jardim. “As instituições públicas têm o desafio de apagar os incêndios cotidianos, mas também de pensar o futuro”, ratificou o presidente do Pensa.
Orgulhosamente lembrando que já foi um estagiário do Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria, Decio Zylbersztajn destacou pontos importantes para os SAGs na atualidade:
– O capital humano é extremamente importante;
– A agricultura está atrelada a outros setores;
– Há que se ter mecanismos para solucionar os problemas que podem aparecer no processo;
– Produzir quantidades dentro dos padrões de exigência do mercado;
– A agricultura é grande em termos de quantidade, mas não tem adicionado valor aos seus produtos;
– O agricultor tem dificuldade de se apropriar do valor que ele gerou;
– Itens de governança e coordenação são cada vez mais necessários;
– Inovação está relacionada a risco;
– Instituições promovem a cooperação;
– Instituições controlam as incertezas e isso reduz os custos de transação;
– A competição não é mais entre uma empresa e outra, mas sim entre os sistemas criados por elas;
– Educação no campo faz o agricultor estar conectado às oportunidades de geração de renda, novos serviços de informação, comunicação e monitoramento;
– Incentivar redes de pesquisas focadas na solução de temas específicos e com gestão em uma ação coordenada para emergir o potencial existente;
– Realizar contratos de serviços para garantir segurança às transações;
– O agricultor não pode ter o mesmo tipo de estratégia de atuação que uma empresa tem;
Fotos João Luiz (disponíveis clicando aqui)