Redação (09/05/06)- Presente nos Campos Gerais desde 2000, quando adquiriu a área de carnes da Batávia, a Perdigão tem ampliado significativamente a sua produção na região, nos segmentos de perus, frangos e suínos. No caso das aves, o volume de abates de perus deve passar de 1,2 milhão de cabeças para 8 milhões neste ano. No setor de frangos, de 2000 para cá, o total de cabeças abatidas passou de 60 mil ao dia para 200 mil. Já o volume de suínos foi ampliado de 800 para 2 mil cabeças diárias.
Esse crescimento da empresa demandou também crescimento dos produtores, que somavam pouco mais de 200 há seis anos e hoje são mais de 1,1 mil integrados. O resultado dessa ampliação foi um investimento estimado de R$ 150 milhões na construção de aviários e pocilgas, além dos recursos alocados na indústria.
Atualmente, a empresa tem parceiros produzindo aves e suínos em 20 municípios da região. O sistema de produção em parceria tem se mostrado tão importante que, para algumas cidades, chega a representar 44% do movimento econômico, como é o caso de Piraí do Sul.
O modelo de produção em parceria caracteriza-se por atender as necessidades tanto de grandes como pequenos produtores, proporcionando a estes uma opção de permanecer em suas propriedades. O sistema chama-se parceria porque foi concebido de tal forma que, para dar certo, deve ser bom para os dois lados, ou seja, quanto maior for a renda do produtor, mais baixo será o custo da matéria-prima para a indústria. Isto acontece devido ao integrado ter seu pagamento calculado a partir de uma planilha de custos que contempla a remuneração do capital investido, desde a depreciação dos equipamentos e instalações até os custos diretos de cada lote.
Outra importante característica da parceria é que o produtor depende exclusivamente da qualidade do seu trabalho, ficando imune às variações de preços de mercado, seja dos insumos, seja do produto propriamente dito. Exemplo disso é o momento atual. Com a queda nos volumes de exportações devido à redução no consumo em função da febre aftosa e gripe aviária, levando a um aumento de oferta no mercado interno e conseqüente queda nos preços dos produtos, a empresa não alterou a base de cálculo de remuneração do produtor.
De acordo com a empresa, diante de um crescimento como o apresentado, corre-se o risco de trazer para a parceria produtores que não se adaptam ao sistema. Os casos de descontentamento, cerca de 5% do total de 1,1 mil integrados, têm acontecido basicamente entre aqueles que apresentam baixo desempenho.
Para se ter uma idéia, a diferença de renda anual entre um avicultor classe A e um classe C, ambos com um aviário padrão de 1,2 mil metros quadrados, pode facilmente ultrapassar R$ 30 mil, diferença esta que cobre os gastos com a amortização de um financiamento e ainda sobra para outras despesas de interesse do produtor.