Da Redação 19/07/2002 – Dono de 102 hectares de terra em Rio Verde (GO), Antonio Juarez Berta é chamado de gaúcho pelos vizinhos. Catarinense, Berta ri da situação. Para os goianos, quem nasce do Paraná para baixo é gaúcho. E há muitos “gaúchos” por lá desde que a Perdigão instalou na cidade a sua mais nova unidade – e a maior delas. Iniciado em 1995, o Projeto Rio Verde acaba de concluir a implantação de seu programa de integração. “O número de parceiros integrados ficou acima do previsto, confirmando o sucesso do processo, iniciado em 1997”, diz Euclides Costenaro, diretor operacional da Perdigão em Rio Verde.
São 512 granjas de aves, 34 a mais do que as estabelecidas no plano original. No caso de suínos, são 296 módulos de engorda e 63 de produção – o projeto previa inicialmente 292 e 62. Completam o sistema 24 unidades de produção de ovos. Os investimentos nesses empreendimentos, que contaram com suporte de uma linha de crédito do Banco do Brasil, totalizam R$ 152 milhões. O programa de parceria criou 780 novos empregos na região.
À frente dos negócios, que trouxeram um forte impulso à economia local, estão catarinenses, como Berta, produtores vindos de vários estados e empresários locais.
Estabelecido há 20 anos na região, o engenheiro agrônomo José Antonio Nogueira Júnior é um bom exemplo do integrado que surgiu em Rio Verde. Produtor de soja e milho e pecuarista, ele viu na parceria com a Perdigão uma excelente oportunidade de ampliar seus negócios. Com as granjas de suínos instaladas em sua fazenda de 500 hectares, não só aumentou os ganhos como vem tendo benefícios indiretos. “Minha mão-de-obra se tornou mais qualificada e a propriedade se valorizou”, avalia Nogueira.
Também agrônomo, o paulista Flávio Bimbato deixou seu emprego no interior de São Paulo para crescer com a Perdigão. Montou quatro aviários em 2001 e já está com oito. Para ele, sem o apoio de uma grande organização, seria impossível caminhar tão rapidamente.
Vindo de Videira (SC), Balduíno Lopes Carvalho está seguindo o caminho inverso. Começou com suínos e agora planeja investir em uma granja de aves, mas seus projetos não param por aí. Em Rio Verde, pôde realizar o sonho de voltar a estudar – está cursando administração de empresas e pretende montar um curso para preparar técnicos agrícolas nas propriedades dos integrados. Com a chegada da Perdigão, não faltam na região histórias de sucesso.