Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Perdigão pronuncia-se sobre guerra EUA x Iraque

Euclides Costenaro, diretor para o Centro-Oeste da Perdião, aposta em guerra curta e com pouco prejuízo.

Redação AI 19/03/2003 – As exportações goianas de carnes beiram US$ 100 milhões por ano. Importante parte desse montante é negociado pelo Oriente Médio, onde os países árabes são grandes compradores da carne bovina e a de frango. Se o conflito entre os Estados Unidos e Iraque se estender poderá afetar seriamente a balança comercial do Estado.

A dificuldade de chegar com os navios no Oriente Médio para a entrega da carne será o fator que desacelerará as negociações com os países árabes neste período, conforme avalia o presidente do Fórum Nacional da Pecuária de Corte da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Antenor Nogueira.

Perdigão – O diretor para o Centro-Oeste da Perdigão, Euclides Costenaro, confirma essa redução dos negócios, caso o conflito no Oriente Médio se prolongue. Ele explica que, além das dificuldades de se encontrar navegadores dispostos a entrar no Golfo Pérsico, os que continuarão percorrendo a rota cobrarão mais caro pelo serviço.

Segundo Costenaro, antes mesmo do conflito, o serviço naval já está mais caro em até 50% em alguns casos. Conforme revela, as empresas seguradoras de carga aumentaram o valor do serviço em decorrência da elevação da taxa de risco. No entanto, ele acredita que a guerra deverá ser curta e não afetará as exportações da empresa. Somente começaremos a preocupar caso o conflito se estenda por mais de um mês, diz.

O executivo da Perdigão não acredita que os contratos de importações dos países árabes irão reduzir, mas os problemas de logística de distribuição impedirão o atendimento dessas demandas. Se a navegação pelo Golfo Pérsico não tiver sendo possível, temos a opção de entrar pela África para atender parte do Oriente Médio. Gastaremos um pouco mais de dias e de dinheiro, mas pelo menos não vamos paralisar totalmente os negócios neste período, comenta.

Os árabes compram cerca de 100 mil toneladas por ano da Perdigão. Segundo Costenaro, cerca de 30% das exportações da empresa são destinadas ao Oriente Médio. Os países dessa região comercializam apenas o frango, pois a população não consome carne suína por ser formada na maioria islâmica. A religião proíbe o consumo da carne deste animal.

As exportacões de carnes representam cerca de 10% da balança comercial de Goiás, conforme diz o responsável pela Área de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, Eduardo Meirelles. O Estado vendeu ao mercado externo US$ 649,1 milhões em 2002. O complexo soja respondeu por 50% do montante.

A Ásia (incluindo o Oriente Médio) comprou mais de US$ 80 milhões de Goiás em 2002. Os países árabes que mais importaram itens goianos foram o Irã, com mais de US$ 8 milhões, a Arábia Saudita, US$ 6 milhões e Egito, US$ 5 milhões. A Europa é a que mais compra produtos goianos, tendo ficado com 52,9% das exportações de Goiás.