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Pif Paf investe para faturar R$ 1 bi

<p>Sem muito alarde, como recomenda a tradição no empresariado mineiro, Luiz Carlos Costa prepara a empresa da família, a Pif Paf Alimentos, para figurar na lista das companhias com faturamento superior a R$ 1 bilhão.</p>

Redação (23/03/07) –  Nos seus cálculos, a meta deverá ser atingida em 2011. O que significará, em cinco anos, elevar a receita em quase 90%. Em 2006, o faturamento da Pif Paf foi de R$ 560 milhões. 

Luiz Carlos Costa, da Pif Paf, afirma que meta é faturar R$ 1 bilhão em 2011

Para atingir o objetivo, a empresa está construindo em Palmeiras de Goiás (GO) sua nona unidade de produção, com capacidade de abate de 150 mil aves por dia, no qual investe R$ 172 milhões. A previsão é de que a unidade entre em operação no próximo ano. 

Há apenas três meses, a Pif Paf já havia anunciado a inauguração de uma fábrica de pizzas em Leopoldina, no interior de Minas, para dobrar o volume da produção, que antes era terceirizada. A unidade já está preparada para novas linhas semi-prontos ou prontos, mas Costa ainda faz segredo das novidades que vai colocar no mercado. 

No comando da empresa fundada por seu pai desde que tinha 25 anos, o diretor-superintendente Luiz Carlos Costa diz que seu desafio é consolidar a marca mineira como referência em praticidade. O que não significa, na sua análise, lançar um grande mix de pratos prontos. E sim acertar no mix de produtos intermediários, como a copa de lombo recheada, uma receita sofisticada que só precisa ser levada ao forno ou o kit feijoada. 

Sua leitura é pragmática: a maior parte dos consumidores brasileiros ainda não assimilou o hábito do prato pronto, que só precisa ser levado ao microondas. Querem praticidade, mas ainda valorizam o selo "feito em casa". Justamente por isso, o maior xodó do empresário é hoje o frango desfiado, um sucesso cujo processo de produção é um segredo industrial, trancafiado numa sala da unidade de Visconde do Rio Branco. 

Quem é convidado a visitar a fábrica, tem livre acesso aos outros departamentos. Mas tem de passar longe do setor do frango desfiado. A Pif Paf levou quatro anos para desenvolver uma tecnologia própria, capaz de manter as fibras da carne intactas, exatamente como no frango desfiado feito em casa. "O frango desfiado da concorrência não passa de frango moído, não é a mesma coisa", esnoba. 

Segundo ele, o produto é disputado no mercado porque alia praticidade e qualidade. De fato, desfiar frango está na lista dos mais chatos trabalhos para a maioria dos cozinheiros. "Descobri isso em casa, vendo a minha empregada fazendo." 

Boa parte das aves que serão abatidas em Goiás vão servir para aumentar a produção do desfiado Pif Paf. Mas não é só a linha de frangos que será ampliada. Na unidade de Patrocínio, onde está o abate de suínos e ovinos, pequenas expansões estão planejadas para ocorrer ainda este ano. A meta é elevar o abate diário de suínos dos atuais 2,2 mil para 2,4 mil, o que permitirá o incremento da produção de industrializados da linha grill, cortes temperados, como picanha, prontos para o churrasco. 

Também passa por uma expansão a produção de sucos na Tial, adquirida há dois anos. A empresa acaba de colocar no mercado uma nova linha de refrescos, a Maxim, focada no público infantil. 

De acordo com o superintendente, a investigação de uma quadrilha de sonegação fiscal que acabou envolvendo a Pif Paf num escândalo, está superado. "Foi muito desagradável, abalou muito a família, mas está superado, não temos nada a ver com isso", afirma. "O mercado não foi afetado e agora temos é de tocar nossos projetos para frente." O fundador da indústria, o ex-deputado Avelino Costa, passou cinco dias em prisão preventiva por causa da investigação. A Pif Paf era cliente do advogado e deputado federal Juvenil Alves, acusado de comandar um esquema de sonegação e blindagem patrimonial de empresas.