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Plano de expansão da ETH Bioenergia terá o foco centrado em diversificação

<p>Segundo José Carlos Grubisich, presidente da ETH, o grupo mira co-geração.</p>

Redação (10/09/2008)- A ETH Bioenergia, braço de açúcar e álcool do grupo Odebrecht, vai definir até o final de novembro seus planos de expansão para os próximos seis anos – 2009 e 2015. A meta da companhia é ambiciosa. Com um ano recém-completado no mês de julho, duas usinas sucroalcooleiras em operação e outras sete plantas saindo da prancheta, a ETH pretende diversificar seus negócios no setor sucroalcooleiro.

À frente da ETH desde julho, José Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem, divisão petroquímica da Odebrecht, disse que a ETH Bioenergia vai investir em infra-estrutura logística para o escoamento de açúcar e de álcool, co-geração de energia a partir do bagaço da cana e deverá ter seu capital aberto nos próximos meses. 

Os planos de investimentos na área logística serão definidos nos próximos meses. "Temos que ser competitivos em custos e em qualidade", disse o executivo ao Valor. O grupo está estudando investimentos em alcoodutos e em infra-estrutura em portos. "Temos interesse em participar desses projetos como acionistas", disse Grubisich, sem detalhar esses projetos. 

Fundada em 2007, com um orçamento de R$ 5 bilhões para aportes em unidades produtoras, a companhia já tem comprometido mais da metade desses recursos com projetos "greenfield" (construída a partir do zero). Desde o ano passado, a japonesa Sojitz tem 33% do capital da ETH. Os outros 63% estão nas mãos da Odebrecht. 

A abertura de capital, que estava nos planos da ETH desde o ano passado, é só uma questão de tempo, uma vez que a crise hipotecária dos Estados Unidos, que desencadeou no desaquecimento global da economia, adiou os planos de várias empresas. 

A partir de julho de 2009, a ETH Bioenergia coloca em operação três novas usinas. Em 2010 e 2011, outros seis projetos deverão ser implementados. O grupo escolheu os Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás para tocar seus projetos. Em São Paulo, na região do Pontal do Paranapanema, a usina Alcídia já opera a pleno vapor. No Mato Grosso do Sul, a usina Eldorado, instalada em Rio Brilhante, também está em pleno funcionamento. 

Todos os projetos da ETH contemplam co-geração de energia. Quando todas as usinas do grupo estiverem em plena operação, deverão gerar 1.300 MW, dos quais 600 MW poderão ser negociados no mercado, afirmou Grubisich. 

As aquisições e parcerias estratégicas também estão nos planos do grupo nos próximos anos. Com a mesma segurança de quando estava à frente a Braskem, Grubisich pretende guiar os negócios da ETH para tornar a companhia uma das líderes do setor sucroalcooleiro nos próximos anos. "Sem dúvida, são negócios diferentes", disse o executivo, lembrando que está nesse setor há poucos meses. De fato, apesar da forte concentração do setor de açúcar e álcool nos últimos anos, esse segmento ainda é muito pulverizado, se comparado com o setor petroquímico. 

A estréia nesse setor não assusta o executivo. Grubisich trabalhou na Rhodia entre 1987 e 1993, onde teve contato com agronegócio. "É um novo desafio."