Indústrias que produzem a própria energia a partir de fontes renováveis colaboram com o meio ambiente e estão em consonância com a tendência global de conscientização sobre os problemas decorrentes da poluição gerada pelas fábricas. A previsão de crescimento das indústrias movidas à bioenergia ainda é incipiente, entretanto especialistas acreditam que nos próximos três anos haja um aumento de pelo menos dois gigawatts na geração térmica e cinco gigawatts em hídrica e eólica juntas. A concepção e o gerenciamento de projetos desse porte estão entre os temas do Fórum de Biomassa Florestal, que acontece no dia 19 de novembro, em Lages, como parte das atividades do Encontro Latino-americano de Base Florestal e Biomassa, de começa no dia 17 de novembro.
O palestrante Mário Fernandez, diretor da NJB projetos e serviços de engenharia, explica que a alternativa é estratégica no caso de um colapso no fornecimento de energia, já que a empresa estaria imune a esse contratempo. “Entre as vantagens também podemos citar economia de energia, alivio das linhas de transmissão do país, redução de perdas energéticas, redução de carga tributária – a energia produzida e consumida internamente não recolhe impostos – além de permitir o planejamento de uma futura expansão”, enumera.
Ter uma planta capaz de produzir a própria energia é um passo que exige planejamento. É possível construir a indústria desde o início com esse objetivo ou adaptar o fornecimento para receber a nova fonte de energia. Cada indústria tem características muito peculiares de acordo com o produto que fabrica e a quantidade de energia necessária para isso, portanto o investimento pode variar. “Uma estimativa superficial do custo da instalação completa pode ser de cerca de R$3 milhões por megawatt para termelétricas, as hidráulicas e elétricas custam mais”, avalia Fernandez.
Para manter tudo funcionando é necessário ter mão de obra para operação da geração e da manutenção. São operações simples que geralmente implicam no aumento de duas a cinco pessoas por turno. “Para operar uma termelétrica alimentada por biomassa isoladamente da atividade industrial estimamos um investimentos em mão de obra e manutenção de R$ 2 milhões anuais. Fora as peças de reposição, mas grande parte disso já existe numa indústria”, diz.
Não existem dados exatos de quantas indústrias trabalham produzindo a própria energia, mas todas as indústrias de biodiesel, todas as usinas de álcool e as geradoras de energia (menos nuclear e termelétrica a petróleo) se enquadram no perfil. O foco agora está nas indústrias de óleos vegetais, alimentos, geradoras de energia e de papel e celulose.
Florestal&Biomassa- O evento, de 17 a 19 de novembro, é uma realização do Sindimadeira de Lages e da Associação Rural de Lages, com promoção e organização da Hannover Fairs Sulamérica Ltda, empresa do grupo alemão Deutsche Messe AG, maior organizador de feiras do mundo, sediado em Hannover. O evento será realizado no Parque de Exposições Conta Dinheiro, em Lages (SC), e conta com apoio do Governo de Santa Catarina, por meio da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte com o Funturismo, e das Prefeituras de Lages, Otacílio Costa e Correia Pinto.
A programação do encontro inclui ainda o 3° Congresso Internacional do Pinus e a EXPO Florestal&Biomassa, focada em insumos e produtos da silvicultura, máquinas e equipamentos para as indústrias de madeira e biomassa florestal. O destaque da exposição serão as dinâmicas de Carga e Descarga de Toras e de Biomassa Florestal, com demonstrações de equipamentos e processos.