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Conheça um pouco da história, do trabalho e da qualidade da Inovoject do Brasil.

Redação AI (Edição 1107/2002) – Confira a entrevista com os responsáveis da Inovoject do Brasil, Marcelo Sperb, Luiz Bier e Fábio Souza.

1) Há quanto tempo a Inovoject do Brasil Ltda (IDB) está operando no País?
No final de 2002 completaremos quatro anos de Brasil. Os primeiros dois anos foram muito difíceis, já que tivemos que fazer algumas adaptações no sistema Inovoject à realidade das bandejas mais utilizadas no Brasil. Esta adaptação demorou aproximadamente 18 meses. Na verdade possuímos sistemas Inovoject adaptados à “realidade brasileira” há aproximadamente dois anos e meio. Enfrentamos também no início um “preconceito” em relação ao equipamento no sentido de que seria uma tecnologia somente para o 1 mundo. Tivemos que fazer um trabalho técnico muito intenso para revertermos esta situação. É verdade também que a IDB adaptou os seus preços à realidade do mercado no Brasil.

2) Por que IDB e não EMBREX?
No litoral de Santa Catarina existe uma empresa que se chama EMBREEX, e isto impossibilitou o registro da empresa com o nome de EMBREX. Fizemos uma adaptação do nome da máquina que é Inovoject e virou Inovoject do Brasil Ltda.

3) Quantos funcionários tem a IDB hoje?
Estamos com sete funcionários que trabalham em tempo integral na empresa.

4) Como foi o ano de 2002 para a IDB?
Sem dúvida alguma foi o ano da implantação definitiva do sistema de vacinação em ovos (Inovoject) no Brasil. Participamos hoje de todos os segmentos, exceto o de postura comercial. Temos máquinas instaladas em caráter comercial em incubatórios de bisavós (Cobb-Vantress Brasil), avós, frangos de corte e também em incubatórios de produção de pintos de um dia (sem integração).

5) Você mencionou que existe uma máquina instalada em um incubatório de bisavós. Isto é comum?
Não. Na verdade este é o primeiro equipamento que foi instalado em um incubatório de bisavós no mundo todo. Na Cobb-Vantress  temos  o sistema instalado em 17 incubatórios de avós, mas este é o primeiro sistema em bisavós.

6) Quantos sistemas Inovoject existem hoje no Brasil?
Temos um total de 23 equipamentos hoje no Brasil. Deste total, 15 foram importados em 2002, o que demonstra que este ano foi o marco definitivo da implantação da tecnologia no Brasil .

7) Qual foi a estratégia adotada para obter este sucesso?
Disponibilizamos equipamentos para várias empresas no Brasil, para que estas empresas pudessem avaliar profundamente, e na sua própria realidade (incubatório + fomento), os benefícios do sistema in ovo, assim como entender num todo o que representa a vacinação in ovo x o método subcutâneo.

8) A IDB vende o equipamento?
Não, somente alugamos o equipamento e a cobrança é feita por ovo vacinado.

9) Você poderia descrever quais foram os principais desafios técnico-mecânicos  encontrados no Brasil?
Se voltarmos a 1999, quando a primeira Inovoject foi instalada, sem dúvida alguma o principal desafio foi desenvolver um aparato técnico que nos possibilitasse injetar ovos nos tipos de bandejas que são mais utilizadas no Brasil sem quebrá-los, pois as mesmas não haviam sido projetadas para apoiarem devidamente os ovos durante um processo de injeção. O Departamento de Engenharia de Embrex e a IDB desenvolveram e implantaram, então, o que chamamos de “Egg Support System”, ou seja, uma plataforma móvel, que se move verticalmente de baixo para cima, a fim de apoiar completamente todos os ovos que se encontrem na bandeja antes da injeção. Com isso temos a garantia de não danificar 100% dos ovos durante a vacinação.

10) Como foi solucionado o problema de contagem de pintainhos, já que com a vacinação in ovo existe a necessidade de contagem após o nascimento, e os contadores de linha são muito caros?
A IDB desenvolveu um contador a partir de uma idéia muito simples: contar os pintainhos durante a sexagem, já que muitas empresas no Brasil manuseiam os pintainhos para separá-los por sexo logo após o nascimento. Esse contador é constituído de dois funis, onde cada operador irá colocar os pintainhos macho e fêmea, direcionados a duas caixas de pintos. Cada funil tem um sensor eletrônico acoplado a um totalizador de pulsos. Uma vez que o número de pintainhos passados através do funil atinja o número “setado” (por exemplo: 100) no totalizador de pulsos, um sinal sonoro e outro luminoso são ativados, indicando ao operador que a caixa já contém o número pré-determinado de pintainhos. Esse contador se mostrou bastante útil, e a IDB fornece aos clientes o projeto completo com todas as informações pertinentes para construí-lo.

11) Quais os produtos que podem ser utilizados “in ovo“?
O Sistema Inovoject de vacinação foi desenvolvido com o objetivo de inocular, o mais cedo possível, a vacina contra doença de Marek. Com o decorrer do tempo, outros antígenos foram testados in ovo, como a vacina de Gumboro (cepa intermediária) e o vacina contra Varíola Aviária (virus galinha). Hoje estas vacinas podem ser utilizadas com sucesso via in ovo. Além das vacinas mencionadas, também é possível a aplicação de alguns antibióticos, que são comumente usados em pintinhos de um dia de idade, como o Ceftiofur, a Gentamicina e, em alguns casos, a Enrofloxacina.

12) Quais as principais vantagens do sistema Inovoject de vacinação in ovo?
A vacinação embrionária através do sistema Inovoject permite a aplicação mais precoce de antígenos e também de antibióticos. Isto permite que as aves se tornem protegidas mais cedo contra os desafios enfrentados nos galpões que, frequentemente são desalojados e novamente alojados em um período de 10 dias, sem que seja possível uma desinfeção adequada dos mesmos.

Outra vantagem é a aplicação uniforme da vacina. Nas vacinações convencionais, com vacinadoras manuais, frequentemente é adicionado um corante à bolsa de diluente com a vacina de Marek, com o objetivo de avaliar a eficiência da vacinação. Estas avaliações periódicas mostram que a eficiência da vacinação manual pode estar entre 85%  e 99% aves.

Além destas duas vantagens, podemos também destacar o “stress” reduzido (em muitos incubatórios os pintainhos vão para o campo seis horas mais cedo que os vacinados pelo método tradicional), desinfeção das agulhas entre injeções (ajudam nas doenças transmissíveis por agulha como, por exemplo, a Leucose Mielóide), problemas de “L.E.R” eliminados, transferência automática (menor trinca dos ovos), diminuição do quadro de pessoal, etc.

13) Quais são as novidades da Embrex em termos de equipamentos e produtos a serem lançados no  futuro?
A Embrex tem ao longo dos anos investido muito em pesquisas de novas tecnologias e produtos aplicáveis in ovo. Como projetos mais recentes, posso citar o Egg Remover (Removedor de Ovos Infertéis e Mortalidade Inicial) que tem demonstrado resultados expressivos na melhoria da qualidade dos pintainhos devido a remoção de ovos sem importância após a transferência, o Vaccine Saver (Máquina Poupadora de Vacina) e o Gender Sort (Sexador em Ovos).

Outros produtos que estão sendo desenvolvidos são uma vacina de New Castle para ser aplicada in ovo e também uma de Coccidiose. A Embrex vai construir uma fábrica para produzir a vacina de Coccidiose.

14) O que você poderia falar sobre o projeto da sexagem in ovo?
A Embrex e a Cobb-Vantress anunciaram uma parceria no dia 6 de agosto de 2001, na qual a Cobb-Vantress, líder mundial em genética de aves, está disposta a financiar uma porção significativa do projeto atualmente desenvolvido pela Embrex para o desenvolvimento de tecnologia e dispositivo patenteados para sexagem de aves in ovo, ou seja, ainda em fase de embrião. O acordo prevê o financiamento do projeto em parcelas, disponibilizadas à medida que determinados objetivos forem atingidos no desenvolvimento e comercialização do projeto Embrex de sexagem de aves. Em retorno, a Cobb-Vantress irá receber termos comerciais favoráveis para a adoção do dispositivo de sexagem.