Da Redação 28/10/2005 Para se produzir um frango hoje gastá-se cerca de 32 litros de água por ave do campo ao abate. Reduzir este número pela metade será um dos grandes desafios da avicultura nos próximos 30 anos. “A água é o único bem que não há como substituir e ele estará em falta no planeta”, afirma Osler Desouzart, da OD Consulting e também integrante de fóruns de discussões sobre agricultura e alimentos na FAO.
Em 2050 a população mundial deverá ser de 9,4 bilhões, concentrada principalmente nos chamados países em desenvolvimento. A FAO projeta que haverá alimentos, mas faltará água. Osler cita, por exemplo, o caso da China. Para ele o país não terá água suficiente para manter o seu atual índice de crescimento da produção de proteínas animais. A sua população migra hoje dos campos para a cidade. “Eles não deixarão de comer e serão obrigados a importar mais alimentos”, enfatiza. O Brasil possui grandes reservas de água e extensas áreas agricultáveis, podendo manter-se como uma dos principais players mundiais de produção agropecuária.
Dentro da avicultura os índices zootécnicos continuarão a evoluir, mas os progressos serão mais lentos do que nas décadas anteriores e exigirão uma aplicação cada vez maior da ciência. “Nossos progressos em relação ao campo e abatedouro passarão a ser medidos em gramas para os ganhos de peso e conversão, em casas decimais nas reduções de mortalidade, em horas no tempo em que a ave fica pronta para o abate e em casas decimais para os ovos produzidos por matriz de postura comercial”, projeta Osler.
O consultor também aponta alguns índices que deverão ser obtidos nos próximos 30 anos:
– Redução da conversão alimentar de 1,78 kg ração por kg peso vivo da ave para 1,4;
– Redução da mortalidade hoje maior que 6% para 4%;
– Redução da idade do frango de 2,2kg/vivo para abate de 42 dias para 34 dias;
– Evolução do consumo mundial per capita de carne de frango de 12,6kg para 19,5kg.