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Evento

Resíduos na indústria de alimentos

<p>O uso de drogas veterinárias e seus impactos nas indústrias de alimentos será um dos temas na Conferência Internacional realizada pela Eurofins.</p>

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o mundo terá em 2030 um déficit da ordem de seis milhões de toneladas de carne e 20 milhões de toneladas de leite em relação as necessidade de consumo de proteínas vinda desses alimentos. Mesmo suprindo esses déficits através de outras fontes de proteínas como carne de aves, peixes e ovos, ainda assim haverá o desafio da produção de alimentos para sustentar as pessoas que vivem neste planeta de forma segura.
 
“Sabemos que para cobrir esse déficit, haverá necessidade de investimentos em pesquisas, sejam de melhoria genética ou tecnologias com novas drogas que possam promover melhor desenvolvimento dos animais e aumentar essa produtividade para atender essa demanda”, argumenta Donizeti Cesari, gerente da Garantia de Qualidade da Nestlé. 

Donizeti será um dos palestrantes da Conferência Internacional “Microbiologia e Drogas Veterinárias em um contexto global”, organizada pela Eurofins e que vai ser realizada entre os dias 28 e 29 de outubro, em Indaiatuba (SP).  “Os impactos das drogas veterinárias na indústria de alimentos” é o título da palestra do gerente da Nestlé.
 
Segundo Donizeti, atualmente, para atender a demanda a custos competitivos, os produtores já fazem o manejo dos animais, sejam bovinos, suínos, aves ou pescados, com uso de melhoria genética, mas também com drogas para controlar e prevenir doenças do rebanho. “Essas drogas, mesmos sendo aprovadas para esses tratamentos, quando não administradas e tratadas de acordo com as Boas Práticas de Aplicação recomendadas, de uma forma ou de outra, passam a fazer parte da composição dos alimentos fornecidos por esses animais, sejam na carne, ovo ou no leite”, argumenta o especialista.
 
De acordo com ele, drogas veterinárias em geral são substâncias muito estáveis e que podem estar presentes em quantidades muito pequenas nos alimentos de origem animal, da ordem de partes por milhão ou até bilhão, e que se pode inferir não ser de preocupação a saúde pública a esse nível de resíduo. “Estudos demonstram que há limites que são seguros ao consumo, porém nem sempre esses estudos parecem confiáveis, principalmente para consumidores leigos”, explica. Segundo Donizeti, outro problema é o fato de países apresentam limites diferentes para os mesmos princípios, dificultando a sua comercialização global. “Essa é a questão principal quando se divulga resultados de controle de resíduo de drogas veterinárias em alimentos”, diz o especialista.

Donizeti argumenta que, nos dias de hoje, o consumidor está mais consciente de seus direitos e mais informado sobre tudo e que, por esse motivo, não admite que possa estar consumindo um alimento onde podem estar presentes drogas que não deveriam fazer parte de sua composição, mesmo que estas estejam dentro de limites seguros. “E aí se tem um antagonismo hoje: necessidade de atender uma demanda crescente de proteínas, principalmente de origem animal, porém o consumidor quer que esta seja ‘limpa’ ou isenta de qualquer outra substância que não seja do próprio alimento”, afirma.
 
Nesse aspecto, explica Donizeti, a indústria de alimento, que é a que processadora, coloca sua marca e comercializa o produto, sofre as maiores consequências quando esses resíduos são encontrados em seus produtos. “Por isso, essas indústrias investem fortemente em controle de qualidade, quando deveríamos estar investindo em prevenção através do uso correto dessas drogas na origem. Garantia da Qualidade traz maiores benefícios que Controle de Qualidade”, afirma.

Serviço
Conferência Internacional: “Microbiologia e Drogas Veterinárias em um contexto global”
Data: 28 e 29 de outubro
Local: Indaiatuba (SP)
Realização: Eurofins
Tel.: (19) 2107 5500
E-mail: [email protected]
Site: www.eurofins.com.br