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Sadia construirá fábrica no Oriente Médio

<p>A nova unidade será erguida nos Emirados Árabes Unidos.</p>

Redação (31/10/2007)- A Sadia começará a construir em 2008 sua segunda fábrica no exterior. Segundo Walter Fontana Filho, presidente do conselho de administração da empresa, a nova unidade será erguida nos Emirados Árabes Unidos, tendo em vista o grande volume de exportação para o Oriente Médio.

O local da planta não foi definido. Os investimentos serão de R$ 100 milhões, e a fábrica fará industrializados de frango e bovinos para atender à demanda sobretudo dos nove países da região já atendidos pelas exportações. De acordo com Fontana, os embarques da Sadia para o Oriente Médio somam US$ 550 milhões por ano.

"Por causa das exportações, já temos operações [de venda e distribuição] nos Emirados, com 20 funcionários em Dubai. Mas o mais importante é desenvolvermos um projeto local. No futuro poderemos desenvolver parcerias no país. Aquisição ou arrendamento também não estão descartadas". Fontana destaca a força da marca Sadia no Oriente Médio. "Lá pronuncia-se Sádia. Somos "top of mind" em frango", diz ele.

Na Rússia, onde a primeira fábrica estrangeira da Sadia está sendo construída em parceira com uma empresa local, a Miratorg, a inauguração será em dezembro e o início das operações deverá acontecer em janeiro. A empresa aportou R$ 92 milhões no projeto, que no total exigiu US$ 70 milhões. A planta fabricará industrializados de frango e suínos. A produção está projetada em 53 mil toneladas por ano num primeiro momento, mas poderá chegar a a 70 mil.

Tanto a Rússia quanto o Oriente Médio são importantes na estratégia de internacionalização da Sadia pelo peso que as duas regiões têm nas exportações da empresa. Nos primeiros nove meses deste ano, do total de R$ 2,4 bilhões vendidos pela companhia ao exterior, 22% resultaram de embarques para o Oriente Médio e 20% para a Eurásia, que inclui a Rússia.

Fontana afirma que o processo de internacionalização da Sadia não vai parar com a fábrica dos Emirados. Em 2009, como adiantou na semana passada o presidente executivo da empresa, Gilberto Tomazoni, outra planta no exterior deverá começar a ser construída, com aporte também da ordem de R$ 100 milhões.

Os novos projetos fora do país estão em linha com a estratégia de crescimento da Sadia. A empresa sustenta que não pensa em diversificar seu foco, como fez a Perdigão com o leite. Prefere priorizar o "core business" e avançar na internacionalização. "Temos boas oportunidades de crescimento no mercado interno, onde as perspectivas são enormes, e vamos exportar US$ 2,2 bilhões em 2007. E, com a valorização do real, o momento é bom para compras no exterior", afirma o presidente do conselho.

A Perdigão também tem a internacionalização em sua estratégia de crescimento – comprou a européia Plusfood este ano e anunciou que olha oportunidades na Ásia e América do Sul. Mas tem focado também a diversificação, o que ficou ainda mais evidente com a negociação de fusão com a Eleva, forte em lácteos.

Além dos projetos na Rússia e no Oriente Médio, a Sadia tem, no front externo, interesse em encontrar "ativos complementares" na Europa para melhorar a performance. Fontana diz que a empresa "está sempre olhando o circuito do petróleo", mas que não há planos de produção própria na América do Sul ou na África. Nem na Ásia.