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Uma nova realidade na produção

<p>Agroceres PIC aproveitou realização do Congresso da Abraves para promover um workshop sobre reprodução e discutir sistema wean-to-finish, muito utilizado hoje nos Estados Unidos.</p>

Redação SI (19/10/2007) – A suinocultura atravessa um período em que terá de enfrentar novos desafios. Eles ainda podem parecer distantes da realidade brasileira, mas conhecer as soluções propostas em outros países, assim como se preparar para enfrentá-los é fundamental em um mercado cada vez mais dinâmico e que exige eficiência de seus atores. "O mundo dos negócios vive de ondas e isto parece ser uma volta ao passado, mas não é tão simples como possa parecer", aponta Fernando Antonio Pereira, diretor Superintendente da Agroceres PIC.

A empresa promoveu no dia 17 de outubro um workshop sobre Reprodução em Florianópolis (SC), aproveitando a realização do 13º Congresso da Abraves. O evento reuniu como palestrantes o gerente Técnico da PIC, Rafael Kummer, e o diretor de Serviços Técnicos da PIC, Noel Williams. A principal discussão se centrou no sistema de produção wean-to-finish, muito utilizado atualmente nos Estados Unidos.

O wean-to-finish engloba a produção de suínos desde o desmame até terminação, os quais seguem dentro de um mesmo grupo, com as fêmeas permanecendo em baias coletivas e não mais em gaiolas. Pereira lembra que a utilização de baias coletivas não é novidade na suinocultura. Elas, inclusive, precederam ao uso das gaiolas de parição. "Mas não podemos nos confundir com o passado, quando as granjas tinham entre 100 e 200 matrizes", explica. "Era uma produção em menor escala e que pode não ser aplicável em escalas maiores, como as que trabalhamos hoje", ressalta. "No entanto, queremos contribuir com esta discussão, apresentando aqui o que está se passando nos Estados Unidos para que cada um tenha elementos para tomar sua decisão".

Novo paradigma – Nos Estados Unidos, o retorno das baias coletivas se deu após a Smithfield Foods, a maior processadora de carnes do mundo, ter anunciado a migração para este sistema e que abandonará gradativamente as gaiolas. Um processo que deve ser totalmente implementado nos próximos 10 anos.

A Smithfield apenas irá comprar suínos para abate oriundos de granjas que adotem este tipo de manejo. A mudança proposta por um gigante do setor sempre traz impactos a toda a atividade. Hoje ele não é obrigatório, mas Noel Williams, que palestrou no workshop, acredita que em 10 e 15 anos ele passará a ser. "De acordo com pesquisas realizadas pelo setor de varejo, isto é que o consumidor quer e teremos que nos antecipar aos seus desejos", aponta ele, indicando a crescente preocupação dos consumidores com o bem-estar animal.

Para Pereira, citando o consultor de gestão administrativa Vicente Falconi Campos, quem não mede não gerencia ou gerencia no escuro. Por isto a importância de todos os dados e informações que balizem uma decisão. Williams, diretor da PIC, apresentou alguns números de granjas americanas que utilizam o wean-to-finish. Segundo ele, o custo de construção de uma granja neste sistema é menor em relação ao tradicional e pode representar de 20% a 25% a menos. Nos Estados Unidos, terras, mão-de-obra e materiais possuem preços elevados. O produtor ainda realiza menos transportes de um sítio para outro, dependendo da fase que o animal se encontra. Também haveria uma melhora de desempenho, com ganho médio diário de peso de 900 gramas.