Redação SI (16/10/2007) – A circovirose começou a causar problemas sérios na produção suína do Canadá no outono de 2004. Dali, a enfermidade se intensificou nos Estados Unidos e depois também em alguns outros países da América Latina com importância na suinocultura. Na produção canadense, os sinais clínicos chegaram à terminação e o uso de antimicrobianos já não conseguia controlar os problemas causados pelo PCV2. A circovirose é imunossupressora, abrindo espaço para enfermidades secundárias. O pesquisador Marc Martens, do Departamento de Veterinária de Suínos da Intervet International, aponta que a aplicação das regras de Madec e uso de diferentes medicamentos em rações também não trouxeram os resultados esperados no Canadá. “Todas as estratégias aplicadas não trouxeram as respostas esperadas”, comenta Martens.
Em 2006, a Intervet começou a realizar trabalhos de campo com uma vacina contra a doença, tanto no Canadá quanto nos Estados Unidos. Os resultados foram apresentados em um painel específico sobre vacinas para circovirose, dentro do Simpósio Pré-Congresso, realizada nesta manhã, ao lado de outras duas experiências com vacinas no mundo.
Martens explica que a vacina é produzida por meio de uma técnica recombinante, que utiliza o baculovirus como vetor expressando a proteína ORF2. A vacina é aplicada em leitões em dose dupla, com a primeira dose sendo administrada após duas semanas, principalmente no período entre três e seis semanas, sem necessidade de preocupar com a imunidade materna. Martens ressalta que uma sorologia de monitoramento da produção de anticorpos apontou que mesmo com altas taxas de imunidade materna, não houve interferência da resposta frente a vacinação.
Os resultados apontaram para uma redução na mortalidade, mas também trouxe outros benefícios. Segundo o pesquisador, houve melhora na conversão alimentar, no crescimento diário e também na uniformidade. “Quanto maior o desafio natural, maior o resultado”, indica Martens.
Exatidão – Segundo o pesquisador, se a vacina for administrada muito próxima do início da enfermidade, ela pode estimular a síndrome, fazendo com que piore as condições dos animais. “Por isto o programa deve visualizar sua aplicação o mais cedo possível ou, se for o caso, o mais tarde possível”, explica. Caso a avaliação veterinária aponta estar a circovirose em seu início na propriedade, a administração das vacinas deve ser retardada para um período posterior.
A aglutinação dos resultados das pesquisas, e que apontou redução da mortalidade, mostrou granjas com mais de 20% de morbidade. Houve casos em que se registrava uma média de 3% a 4%, caindo ainda mais depois da vacinação. “Neste caso, provavelmente, os problemas causados pelo PCV2 já deviam estar subestimados”, explica Martens.
Produto – A Intervet desenvolveu a sua vacina por mais de 5 anos. Lançada em 2006, ela tem sido comercializada na Europa com o nome de Porcilis PCV2. Nos Estados Unidos, Canadá e Chile o nome adotado foi Circumvent PCV2. Elas são a mesma vacina. A única diferença está no valor do antígeno em que em uma delas é um pouco mais alto. Segundo o pesquisador, já se está realizando novas pesquisas, principalmente na Europa, para que a vacina possa ser aplicada em dose única.