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Vacinação em matrizes

<p>Vacinação de matrizes para o controle da Circovirose foi tema de palestra realizada na manhã desta terça-feira (16-10) no Simpósio Pré-Congresso da Abraves.</p>

Redação SI (16/10/2007) – A vacinação de porcas e leitoas contra o vírus PCV2 foi o tema principal da palestra ministrada pelo médico veterinário da Merial, François Joisel na manhã desta terça-feira (16-10) no Simpósio que antecede a abertura oficial do 13º Congresso da Abraves. A apresentação abriu o Painel Especifico sobre "Vacinas e Estratégias para o Controle da Circovirose".

Joisel falou sobre os resultados de campo apresentados pela Circovac, vacina inativada com adjuvante oleoso para uso em porcas e marrãs, que potencialmente oferece proteção para síndrome da circovirose suína através da transferência passiva de anticorpos para PCV2.  A Circovac está disponível comercialmente em alguns países (França, Alemanha, Dinamarca e Canadá) e vem apresentando resultados positivos.

De acordo com o especialista, como na maioria das infecções, a imunidade materna é muito importante para a prevenção da síndrome da circovirose suína, que, geralmente, não é observada em suínos com idade inferior a quatro semanas de idade.

"A vacinação da fêmea possibilita que o leitão desenvolva sua própria reação imunológica e reaja ao PCV2", afirma Joisel. "A exposição precoce e abundante do leitão ao vírus PCV2 e o grande desafio gerado pelo PCV2 no campo tem demonstrado que a vacinação nas fêmeas e uma boa solução", completa.

Segundo o especialista em granjas com SMDS a carga viral de PCV2 é mais alta nas creches que em outras fases, outro ponto que, segundo ele, justifica a adoção da vacinação de matrizes.  

 

Experimentos de campo – Joisel apresentou quatro estudos de campo para avaliação da eficácia da vacina Circovac realizados na Europa e América do Norte. Num deles, promovido na Alemanha, foram vacinados 233 rebanhos, perfazendo um total de 66.700 fêmeas vacinadas. A primeira constatação, explicou o especialista, foi uma redução significativa na mortalidade dos leitões, em todas as fases de crescimento. "Os índices de mortalidade também voltaram aos níveis anteriores à infecção", diz Joisel.

O ganho médio diário de peso também registrou sensível melhora nos animais cujas mães foram vacinadas. Na etapa de crescimento e terminação, por exemplo, esse ganho foi de 33 gramas por animal por dia. Isso significa um ganho de cinco quilos por leitão ao longo de sua criação, explica Joisel.

Num outro experimento, realizado no Canadá, 77 rebanhos foram vacinados (num total de 51 mil fêmeas vacinadas). Neste caso, o índice de mortalidade dos leitões caiu 6,4% nos resultados mais modestos e 8,3% nos resultados mais expressivos.

Joisel apresentou ainda os resultados de dois estudos realizados na Franca. O primeiro deles abrangeu 24 granjas e foi feito entre dezembro de 2004 e fevereiro de 2005. Os experimentos constataram redução significativa nos índices de mortalidade e sensível melhora do ganho médio diário de peso dos leitões. "O impacto financeiro desses resultados foi expressivo", diz o especialista. Segundo dados do Instituto Nacional de Suínos da Franca, revela Joisel, apontaram ganhos de 100 euros por fêmea após a vacinação.

No segundo estudo (do qual participaram 77 propriedades francesas), explica Joisel, os resultados foram diferentes. Os índices de mortalidade e conversão alimentar foram pouco significativos. Já o ganho médio diário de peso dos leitões foi expressivo. "Nesse experimento houve uma redução de seis dias para que cada leitão atingisse a idade de abate", explica Joisel. "Isso representa um grande impacto econômico".