Redação SI 22/11/2004 – Érico Tormen começou a trabalhar com melhoramento genético na propriedade há nove anos. O investimento por animal foi de 2 mil reais. Hoje são 320 fêmeas alojadas, e, no total, 3.500 suínos na propriedade. O trabalho fez com que houvesse um aumento de 10% no valor final pago ao produtor. Mas ele espera colher melhores resultados a longo prazo.
“O processo você tem que ir selecionando as matrizes, os machos e as fêmeas, deixando sempre os melhores animais, as melhores genéticas, as melhores raças. É um processo pra você adquirir cada vez uma qualidade melhor”, explica o criador.
A tipificação de carcaças de suínos é algo relativamente recente no Brasil. Em Santa Catarina, Estado que mais cria suínos no país, esse processo começou há cerca de quinze anos. Naquela época o índice de carne magra era de 45%. Hoje chega a 60%.
Quem mede esse valor nos suínos são as agroindústrias. Antigamente a medição era feita com uma régua, hoje é toda eletrônica. Os valores pagos a mais para o produtor podem variar de 4% a 12%.
“Para a indústria, nós temos uma quantidade maior de carne magra que pode ser mais bem diluída e oferecer produtos mais magros pro nosso consumidor, que a cada vez mais exige carne magra ou redução de gordura”, diz o supervisor de frigorífico Cláudio Kopper.
Além de carnes magras,muitas agroindústrias estão investindo cada vez mais em cortes nobres, um filão que tem conquistado o mercado internacional.
O Brasil aumentou a receita de exportações este ano em 38% em relação ao ano passado, devido ao preço internacional da carne suína, que está mais alto este ano. O país está conquistando preços melhores exportando cortes diferenciados.
Celso Capelaro, gerente de um frigorífico, aponta alguns exemplos das exigências de vários mercados em cada corte. “Nós temos corte pro mercado interno, como o bacon, que passa por um processo de defumagem. Nós temos a barriga, que é feita para o mercado externo, seja ele argentino ou russo. Temos o pernil com osso, também para o mercado russo e argentino. Temos o lombo, que pode ser vendido para mercados interno e externo. A quantidade de gordura vai depender da exigência do cliente, o qual tem tendência a um produto de menor gordura.”
Essa semana trouxe uma boa notícia para os criadores de Santa Catarina. A Rússia voltou a comprar a carne dos frigoríficos do Estado.