Por 15 votos a favor e quatro contrários, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou ontem, em Brasília, a liberação para uso comercial de três novas variedades de milho geneticamente modificado (transgênico) no país.
Das três variedades, uma é resistente a insetos, outra é resistente a insetos e tolerante a glifosato MON 531 x MON 1445 e a última resistente a insetos e tolerante aos herbicidas glifosato e glufosinato. Além disso, o órgão aprovou 22 pedidos de liberação planejada no ambiente – para finalidade apenas de pesquisa.
Com essas novas liberações comerciais, o Brasil tem aprovadas nove variedades de milho transgênico. A próxima reunião plenária da CTNBio está marcada para o dia 15 de outubro.
Atualmente, variedades de milho geneticamente modificados são cultivadas em 19 países, segundo o Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA).
Apesar da forte resistência de setores de sociedade aos alimentos geneticamente modificados, sobretudo nos países europeus, os grandes produtores de sementes com a tecnologia acreditam ser um caminho sem volta.
Em entrevista à agência “Reuters”, a alemã Bayer afirmou que pretende incrementar seus negócios com transgenia e desafiar a terceira posição da Syngenta neste mercado. “Sem biotecnologia não se vê o quadro inteiro”, disse o diretor da unidade Friedrich Berschauer. “Estou convencido de que é preciso combinar defensivos, sementes e biotecnologia”.
Segundo o executivo, a empresa pretende triplicar suas vendas anuais com sementes geneticamente modificadas para € 1,4 bilhão (US$ 2,1 bilhões) até 2018.
Apesar de ser o maior fornecedor de sementes de algodão transgênico, a Bayer mantém a sexta posição no ranking mundial de transgênicos. A liderança é da americana Monsanto, com vendas registradas na casa de US$ 6,4 bilhões em 2008 de sua unidade Seeds and Genomics. DuPont e Syngenta estão na segunda e terceira posição, respectivamente.
A Bayer planeja ainda investir 3,5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D) somente nesse setor até 2018 e também mapear futuras aquisições para atingir suas metas de crescimento.
Segundo a empresa, o mercado mundial de sementes transgênicas deverá crescer a uma taxa anual de 6%, enquanto o de sementes convencionais aumentaria ao ritmo de 1% a 2%. Em 2008, 25 países plantaram sementes geneticamente modificadas. No Brasil foram aprovadas variedades transgênicas de soja, algodão e milho, perfazendo uma área de 15,8 milhões de hectares.