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Embrapa inicia em setembro atividades na Coréia do Sul

O Laboratório Virtual da Embrapa vai pesquisar sanidade animal e recursos genéticos.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) inicia o ano de 2009 na área internacional com uma importante realização: a troca de representações com a Coréia do Sul e, conseqüentemente, a instalação do primeiro Laboratório Virtual da Embrapa no Exterior (Labex) no continente asiático.

No último mês de fevereiro, o especialista em reprodução animal da Agência de Desenvolvimento Rural (RDA) coreana, Boh Suk Yang, chegou ao Brasil para instalar o Republic of Korea Abroad Virtual Laboratory (RAVL), o Labex coreano, na sede da Embrapa, em Brasília. Da mesma forma, a partir do mês de setembro a Embrapa iniciará as atividades do Labex da Embrapa na Coréia do Sul. O laboratório irá funcionar na cidade de Suwon, 40 km ao sul da capital Seul. Inicialmente, as instalações físicas ficarão dentro no próprio RDA.

A princípio, dois pesquisadores vão ser selecionados para atuarem no Labex Coréia, respectivamente nas áreas sanidade animal e recursos genéticos. No último dia 7 de maio, o nome do pesquisador Maurício Antônio Lopes, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia foi aprovado e homologado pela Diretoria Executiva da Embrapa para assumir o posto de pesquisador para o Labex Coréia na área de recursos genéticos, onde deverá permanecer por um período mínimo de dois anos. O pesquisador para a área de sanidade animal ainda não foi escolhido.
Segundo Maurício, a Coréia do Sul experimentou crescimento extraordinário nas últimas quatro décadas e a decisão de implementar mais um Labex Embrapa na Coréia do Sul será uma grande oportunidade para aumentar a interação e a cooperação do Brasil com a Ásia.

“O continente asiático é o maior do mundo, mas, por conta do tamanho de sua população e de fatores físicos limitantes é dependente de países que possam ser supridores constantes de alimentos. O Brasil é um desses países e poderá um dia se tornar o maior celeiro agrícola do mundo”, acredita o pesquisador.

A respeito da escolha do tema recursos genéticos no processo de implementação do Labex Coréia, Maurício acredita que a nascente “bioeconomia”, a antevisão dos riscos e desafios associados às mudanças climáticas globais e a pressão por sistemas produtivos sustentáveis apontam para a necessidade de se dinamizar os processos de enriquecimento, conservação, caracterização, agregação de valor e uso de recursos genéticos vegetais, animais e microbianos.

“Caracteres pouco considerados no âmbito dos programas de melhoramento genético, como aqueles relacionados à qualidade ambiental (serviços ambientais, bioenergia, dinâmica do carbono e outros) e a ramos da nova indústria de base biológica – na confluência das indústrias alimentar, farmacêutica, química, da saúde e da energia -, deverão despertar cada vez mais interesse pelos recursos genéticos”, acredita.

Negociações para a implantação do Labex Coréia tiveram início em 2005

As conversas para a abertura do escritório da Embrapa na Ásia tiveram início em 2005, quando Brasil e Coréia assinaram um memorando de entendimento para a cooperação entre as duas nações. Dois anos mais tarde, em 2007, uma delegação da RDA visitou as instalações da Embrapa no Brasil e em novembro de 2008 as instituições assinaram um Memorando de Entendimento para a implementação do Laboratório Virtual da Embrapa (Labex Coréia) na Coréia do Sul e do Laboratório Virtual da RDA no Exterior (RAVL) no Brasil.

Segundo Maurício, o maior interesse dos coreanos pelo Brasil está nas áreas de conservação e uso de recursos genéticos e nas ações de cooperação e troca de informações em biotecnologia, com ênfase em genômica e bioinformática. Já o Brasil, de acordo com o pesquisador, poderá aprender muito com a Coréia, país que, segundo ele, fundamentou o seu crescimento numa economia voltada para a inovação e o conhecimento.

“A objetividade dos programas públicos e privados, o uso pragmático da ciência e tecnologia para o desenvolvimento, o avanço das tecnologias da comunicação e da informação e o grande sucesso das organizações daquele país na fronteira do conhecimento farão do Labex Coréia um empreendimento extremamente desafiador, ao qual a Embrapa deverá dedicar substancial esforço criativo e inovador”.

* Com informações da Assessoria de Imprensa da Embrapa