A USP de Piracicaba planeja construir um novo laboratório para estudos genômicos. O anúncio foi feito pelo engenheiro agrônomo Luiz Lehmann Coutinho durante o 56º Congresso Brasileiro de Genética, no Guarujá (SP).
A obra, que terá apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) no valor de R$ 2 milhões, ainda não teve início. Mas os equipamentos começarão a ser importados em breve pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Só as máquinas, sem contar o valor investido pela Finep em infraestrutura, vão custar cerca de R$ 2,5 milhões. Elas devem ser colocadas em uso antes mesmo de o prédio ficar pronto.
Os aparelhos, de acordo com Coutinho, vão permitir a realização de pesquisas simultâneas e devem agilizar os resultados. Em um dos projetos da universidade, por exemplo, que estudou variações na sequência genética (polimorfismos) de frangos, os pesquisadores usaram, numa varredura do DNA, 120 marcadores genéticos.
Esses marcadores são trechos do DNA que ajudam a identificar a presença de um gene que determina características observáveis (fenótipos) de um animal.
“Com os equipamentos novos, poderemos pesquisar uns 50 mil marcadores”, afirma o agrônomo da USP.
Genética do frango
Um dos genes já estudados pela equipe em duas linhagens de frango importantes na avicultura (uma de corte e outra “de postura”, para ovos) é a miostatina (ou GDF-8), que age limitando o crescimento muscular.
Os pesquisadores viram que o gene é ativado de modos diferentes nas duas linhagens. Isso ocorre também com mais de uma centena de outros genes.
“Quando o gene da miostatina não é encontrado, há hipertrofia do músculo [desenvolvimento muscular acima do normal]”, explica Coutinho. “Isso pode acontecer também em bois.”